"Mulheres turbantes": um estudo do escalpelamento na Amazônia amapaense

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Souza, Úrsula Stephanie Ferreira de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=88058
Resumo: <div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">Este é um estudo sobre mulheres escalpeladas na Amazônia amapaense, o qual busca investigar as condições de saúde e trabalho das vítimas do escalamento no estado do Amapá. Para analisar o drama e sofrimento do escalpe aportei na teoria de Victor Turner, com o fito de apresentar suas experiências de vida antes e depois do acidente, enfatizando para tanto o processo de estigmatização a que são submetidas as mulheres vítimas de escalpelamento na Amazônia a partir dos pressupostos de Erving Goffman e, apresentar o percurso de dor que passam a trilhar na busca por direitos sociais. Além disso, descreve a vivência das vítimas em suas comunidades, especialmente as dificuldades relacionadas às condições de saúde das mesmas, que tornam-se ainda mais precárias após o incidente, considerando para isso os conceitos de comunidade e solidariedade em Émille Durkheim, Ferdinand Tönnies e Max Weber, especialmente relacionados ao processo de deteriorização da identidade dessas mulheres a partir do conceito de desvio social proposto por Goffman. Para este fim, se propôs uma pesquisa qualitativa e como instrumentos metodológicos esta investigação faz uso da entrevista e história oral como principais recursos para coleta de dados. No total, sete interlocutores participaram desta pesquisa e o campo de trabalho inicial foi a Associação de Mulheres Ribeirinhas Vítimas do Escalpelamento, localizada no município de Macapá e, posteriormente, os encontros se deram em locais diversos, a partir da disponibilidade dos colaboradores, considerando para isso as dificuldades de deslocamento até a capital. Assim, o estudo divide-se em três capítulos e traz à baila as transformações no modo de vida das mulheres ribeirinhas vítimas do escalpelamento nos rios da Amazônia, especialmente aquelas residentes no estado do Amapá; apresenta e enfatiza ainda o processo de exclusão que passam a vivenciar em função dos estigmas sociais impostos pela nova condição de mulher escalpelada, o que resulta na fragmentação da identidade das vítimas e no adoecimento físico e psicológico destas mulheres, criando barreiras sociais quase que intransponíveis para elas, impedindo-as de participarem de forma plena, não somente pelas limitações físicas, mas principalmente pelo preconceito social a que são expostas, negando-lhes, inclusive, a possibilidade de garantir renda e o próprio sustento, posto que, como apontam os resultados desta pesquisa, as vítimas de escalpelamento ficam impossibilitadas de retornar para as atividades nas suas comunidades e tampouco conseguem lograr êxito no mercado de trabalho.&nbsp;</span></font>Palavras-chave: Escalpelamento. Drama. Estigma. Saúde. Trabalho.</div>