Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
LEMOS, DANIELE ROCHA QUEIROZ |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual do Ceará
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=83812
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Resumo: |
RESUMO<br/>Em 2001, o Brasil registrou último caso autóctone de sarampo e mesmo diante dos esforços para manter a eliminação, em 2013 o vírus foi reintroduzido no Nordeste. Neste trabalho foi relatada uma epidemia de sarampo ocorrida no Ceará, na era pós-eliminação nas Américas, medidas de enfrentamento, dinâmica da transmissão e construção de uma matriz preditora de risco de introdução do vírus do sarampo, baseada na epidemia do Ceará. Houve transmissão por 20 meses com 1.052 casos confirmados em 38 municípios. A incidência chegou a 393,4/100.000 habitantes, de forma dispersa na comunidade. O principal local de disseminação foi o ambiente hospitalar, sendo identificado o genótipo D8. A média de idade foi de 14 anos (1m-62a), com internação em 18% dos casos (média de sete dias). Configurou risco para gravidade ter menos de 1 ano (p=0,00) e não ser vacinado (p=0,00). Nenhum paciente morreu e foram identificadas 196 possíveis coinfecções com dengue. Evidenciou-se cobertura vacinal administrativa >100%, nas coortes de 1 a 14 anos, podendo conter imprecisões pela forma de aferição. A maior susceptibilidade foi em < de um ano. O genótipo D8 foi identificado. Foram testadas mais de 50.000 amostras para sarampo. 93% dos casos notificados foram encerradas por critério laboratorial. O início de uma vacinação ampliada foi atrasado, em parte pela indisponibilidade de vacina. As medidas clássicas de controle não foram suficientes para controlar a epidemia. A criação de um comitê de experts, compromisso entre gestores das três esferas de governo, busca ativa institucional de casos suspeitos, vacinação casa a casa em horários alternativos e utilização do microplanejamento, ampla divulgação na mídia local, apoio técnico operativo contribuíram para contenção do surto. Em Fortaleza foram identificadas duas cadeias de transmissão. A primeira durou 25 semanas (12/2013 a 06/2014), com 197 casos e velocidade de disseminação de 8,2 casos por semana. A segunda durou 50 semanas (07/2014 a 06/2015), com 334 casos e velocidade de disseminação de 6,7 casos por semana epidemiológica. Dentre os 531 casos confirmados, 59% (315/531) estavam na faixa etária alvo do programa de vacinação de rotina. A incidência foi maior entre os menores de 1 ano (572,5/100 mil habitantes). O risco foi maior para o sexo masculino (p<0,001). A vacina conferiu proteção de 66% na faixa etária de 1 a 4 anos (p=0,011) e de 82% na faixa etária de 1 a 39 anos (p=0,013). Para a matriz de risco, a congruência foi de 98%, comparados os cenários pré-epidemico e epidêmico no Ceará e Pernambuco. Surgem<br/>9<br/>desafios pós-eliminação com a circulação concomitante de zika, dengue e chikungunya, exigindo vigilância sensível para monitoramento de zonas de risco de importação. É fundamental reconhecer a possibilidade de surtos nesta fase de pós-eliminação e preparar um sistema de vigilância sensível para resposta oportuna. Em cenários pós-eliminação, com altas coberturas vacinais, a disseminação é garantida pela altíssima transmissibilidade do vírus. Com pessoas suscetíveis distribuídas de forma heterogênea no território, espera-se uma ocorrência dispersa, transformando a identificação de cadeias de transmissão em um grande desafio para os serviços de saúde. O menor risco associado aos grupos que deveriam ser vacinados reforça a importância da manutenção de altas coberturas vacinais.<br/>Palavras-chave: Epidemiologia. Sarampo. Epidemia. Saúde Pública. |