Anatomia de uma epidemia: migração, descaso público e a reemergência do Sarampo no Amazonas (2017 a 2019)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Cunha, Rozineide Peres da
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/8218105724741000
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas
Instituto de Filosofia, Ciências Humanas e Sociais
Brasil
UFAM
Programa de Pós-graduação em Geografia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/8637
Resumo: O sarampo é uma doença infecciosa aguda grave, transmissível e altamente contagiosa, causada por um vírus da família Paramixoviridae, gênero Morbillivirus, que costumava ser muito comum na infância na era pré-vacinação. Não tem tratamento específico. Os medicamentos são utilizados para reduzir o desconforto provocado pelos sintomas da doença. A única forma de interromper a cadeia de transmissão é através da imunização pela vacina. Sendo considerada uma infecção cosmopolita, o Plano de erradicação do Sarampo foi adotado em todas as regiões das Américas, preconizando ações de investigação comuns a todos os países. Porém, o sarampo continua a ser um problema de saúde pública em países em desenvolvimento. A estratégia mais importante para o seu controle é a vacinação em geral, preconizada pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Mas mesmo com a efetiva disponibilidade de vacina, alguns países em desenvolvimento encontram dificuldades em interromper a circulação do vírus através da cobertura vacinal adequada. No Brasil a vacina contra o sarampo foi introduzida em 1967 e 1968, sendo utilizada de forma não sistemática até 1973, quando foi criado o Programa Nacional de Imunização (PNI). Há evidências da interrupção da transmissão autóctone do vírus do sarampo no país desde o ano 2000, porém, o Ministério da Saúde confirmou vários casos importados entre os anos de 2001 e 2014 e um novo surto em 2018, que coincide com o aumento da imigração oriunda de um país onde já ocorriam surtos da doença em anos anteriores. O objetivo deste estudo foi relacionar a reemergência do sarampo com a cobertura vacinal, no estado do Amazonas, nos anos de 2017 a 2019. Como metodologia para atingir o objetivo proposto no referido estudo, foram realizados levantamento bibliográficos de literaturas que versam sobre o tema sarampo, e de informativos em instituições públicas para identificar os índices de incidência e prevalência do sarampo no Brasil e no Amazonas. Iniciou com uma breve descrição do conceito e formação do Estado-nação, território e fronteira, a fim de proporcionar uma melhor compreensão sobre o processo de Imigração, que figurou como um tópico importante no estudo; refletiu sobre a consolidação do Estado-Moderno a partir dos Acordos de Westfália, tratados que foram considerados marco para o reconhecimento da soberania dos Estados, a fim de conduzir para um melhor entendimento sobre a formação da fronteira; analisou a formação do território brasileiro a partir da ocupação do solo, para ratificar o pensamento ratzeliano sobre esta categoria, que é um dos conceitos basilares da geografia, quando afirma que o solo e a sociedade estão ligados e a união de ambos forma o território. Também foram feitos levantamentos das leis que regem sobre epidemias no Brasil, junto ao Ministério da Saúde, em especial do sarampo, a fim de identificar as políticas públicas aplicadas no Brasil e no Estado do Amazonas. Os resultados mostram que o índice de cobertura vacinal estava em queda vertiginosa e que uma porcentagem considerada baixa apresentava a imunização completa contra o sarampo. Com base nos resultados alcançados propõe-se refletir sobre a estruturação do setor de saúde e sua importância no combate às epidemias e promover reflexão sobre o Descaso Público no controle epidemiológico nas fronteiras do Brasil a fim de prevenir e evitar novos surtos.