Cenopoesia e educação popular: práticas linguísticas de reexistência do programa de extensão viva a palavra na periferia de Fortaleza

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Sousa, Jair Soares De
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=110491
Resumo: Essa dissertação é fruto da caminhada de diversos sujeitos periféricos e não periféricos, poetas, músicos, rappers, poetisas, educadoras/es populares e cenopoetas que fazem parte do bairro Serrinha e do Programa Viva a Palavra em Fortaleza, Ceará. O estudo ora apresentado, configura-se como uma cartografia das experiências envolvendo a prática da cenopoesia e a educação popular no contexto das ações e atividades do Programa de Extensão Viva a Palavra na periferia de Fortaleza, Ceará, Brasil, procurando seguir os fluxos, as forças, as subjetividades, narratividades, ação-reflexão-ação a partir da prática cenopoética e da educação popular. Neste sentido, propõem-se como objetivo compreender como a linguagem da cenopoesia e a prática educativa da educação popular são performatizadas nas experiências do Programa de Extensão Viva a Palavra na periferia de Fortaleza; Investigar a importância da cenopoesia e da educação popular no que diz respeito à produção de atos de paz, resistência e esperança em contraposição às linguagens do medo e da morte no contexto periférico da comunidade Serrinha em Fortaleza; Mapear as práticas de linguagem desenvolvidas no Programa de Extensão Viva a Palavra na comunidade Serrinha e os diálogos com a cenopoesia e a educação popular; Cartografar vivências sobre cenopoesia em diálogo com a educação popular, construídas com os sujeitos da Serrinha e extensionistas, que podem servir como experiências metodológicas para a construção de atos cenopoéticos de paz, resistência e esperança. Como caminho metodológico, propusemos a pesquisa cartográfica (PASSOS, 2015), que busca acompanhar fluxos, subjetividades e processos articulados ao ensino e às demandas da comunidade, a partir de uma abordagem metodológica qualitativa, focada na intervenção do sujeito pesquisador, voltando-se a sua realidade e as realidades dos sujeitos envolvidos. Essa pesquisa nos revela a cenopoesia enquanto uma linguagem multidimensional, onde os sujeitos dialogam, se expressam, refletem processos e usam da inventividade para criarem e transformarem a si mesmos e os espaços ao qual participam. A articulação da cenopoesia com a educação popular dar-se-á pelos contextos de resistência, reexistência e existência que nascem a partir da relação entre essas duas práticas, ou seja, uma prática de linguagem e uma prática pedagógica, além disso, é possível afirmar que a cenopoesia pode ser compreendida também como uma prática pedagógica que contribui com o ato-reflexão-ato. Aprendemos que a cenopoesia e a educação popular produzidas a partir dos encontros, vivências, reuniões e apresentações do Programa de Extensão Viva a Palavra, é a concretização de processos que envolvem paixões alegres, afetos, dimensões do sentir e pensar, elencadas a importância do compromisso com as lutas sociais e comunitárias, e pelo acreditar que os oprimidos podem produzir atos-limites de superação em relação às desigualdades produzidas pelo aparelho repressor do estado.