Práticas de mediação de leituras na periferia de Fortaleza: cartografias do Programa Viva a Palavra e de bibliotecas comunitárias de iniciativa popular

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Lopes, Vanusa Benicio
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=98494
Resumo: Esta tese de doutorado buscou cartografar as práticas de mediação de leitura promovidas pelo Programa de Extensão Viva a Palavra e pelas Bibliotecas Comunitárias e Livres da periferia de Fortaleza, para perceber de que maneira essas práticas contribuem para a formação leitora crítica dos jovens que residem em bairros periféricos, como fortalecem o letramento literário e como esses letramentos se constituem letramentos de reexistência. O Viva a Palavra, como programa de extensão vinculado à Universidade Estadual do Ceará, objetiva entender como o domínio do uso social da linguagem, por meio da literatura e de outras artes, pode contribuir para a atuação de sujeitos críticos e para o enfrentamento ao extermínio da juventude pobre e negra das periferias (ALENCAR, 2014). As Bibliotecas Comunitárias de iniciativa popular atuam na perspectiva de que a Literatura é um direito de todos (CÂNDIDO, 2004), promovendo diversas ações e práticas educativas, artísticas e sociais para garantir o acesso aos bens culturais e a transformação da realidade dos bairros periféricos. No que diz respeito ao referencial teórico, discutimos mediação de leitura (BARBOSA, 2015), bibliotecas comunitárias (CAVALCANTE, 2014), letramento literário e círculos de leitura (COSSON 2014, 2016), letramentos sociais (STREET, 2014), letramentos de reexistência (SOUZA, 2011) e processos emancipatórios (FREIRE, 2011), a partir da Pragmática Cultural (ALENCAR, 2014, 2015), que adota a perspectiva de linguagem como forma de vida (WITTGENSTEIN, 1989) e propõe uma pesquisa socialmente situada e interventiva, que reflita sobre a responsabilidade do linguista e da relevância dos trabalhos que desenvolve para a superação das desigualdades (ALENCAR, 2015; RAJAGOPALAN, 1996). Como metodologia, utilizamos a cartografia, que consiste em acompanhar os processos e não os produtos (PASSOS, KASTRUP; TEDESCO, 2014). Como resultados, observamos que as crianças e os jovens que participam das práticas de mediação de leitura promovidas pelo Programa Viva a Palavra e pelas Bibliotecas Comunitárias e Livres de Fortaleza, não apenas observam os aspectos linguísticos, textuais, como também se engajam aos aspectos de ordem social, cultural e política que atravessam essas leituras. Nesse sentido, percebemos que essas práticas de leitura podem contribuir, tanto para a formação leitora crítica desses sujeitos, quanto para a geração de formas de resistência e promoção de processos emancipatórios (FREIRE, 2011), o que se configura como um modo de transformação social.