| Resumo: |
O objetivo deste trabalho foi cartografar as vivências em Aprendizagem Cooperativa dos(as) participantes do Cursinho Popular Viva a Palavra, a partir de suas narrativas autobiográficas. O Cursinho Popular Viva a Palavra, como um projeto integrante do Programa de Extensão Viva a Palavra: circuitos de linguagem, paz e resistência da juventude da periferia de Fortaleza, funciona gratuitamente na Associação de Moradores do Bairro Serrinha (AMORBASE), com o intuito de possibilitar às juventudes pobres das comunidades periféricas, que cercam os campi da Universidade Estadual do Ceará (UECE), o acesso ao ensino superior. Sob a perspectiva da Educação Popular, o projeto, que tem a gestão coletiva do Viva a Palavra, vinculado à UECE, dos movimentos sociais e da AMORBASE, adota a Aprendizagem Cooperativa como metodologia de ensino-aprendizagem (BERNAL, 1990; JOHNSON, JOHNSON; SMITH, 2000; COCHITO, 2004). Após conhecermos os territórios da pesquisa, por meio da cartografia, baseamo-nos na abordagem teórico-metodológica das narrativas autobiográficas (ABRAHÃO, 2003; SOUZA, 2004; JOSSO, 2007; PASSEGGI, 2011; 2016; SANTOS E GARMS, 2014), compreendendo que a pesquisa narrativa nos possibilita entender as experiências formativas dos sujeitos, seja pessoal ou profissionalmente. Como resultado, as narrativas apontaram a emergência de unidades temáticas quanto à Aprendizagem Cooperativa, quais sejam cooperação, solidariedade, dignidade e criticidade, sendo possível correlacioná-las aos princípios fundamentais desse método de ensino, nos fazendo compreender que os pressupostos da Aprendizagem Cooperativa foram vivenciados pelos sujeitos. Os(as) participantes ressignificaram suas (re)existências, por meio de atos de fala de militância, ressaltando o comprometimento com as causas sociais e interventivas do Bairro Serrinha. Por fim, percebemos que, na memória educativa dos(as) participantes, a experiência da Aprendizagem Cooperativa é marcada por performances de cooperação e solidariedade, ressignificando o Cursinho Popular Viva a Palavra como uma prática de reexistência realizada na comunidade da Serrinha, em Fortaleza-CE Palavras-chave: Cursinho popular; Aprendizagem cooperativa; Narrativas autobiográficas |
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