Cuidado de crianças com diagnóstico de TDA/H: articulações entre família, escola e profissional de saúde mental

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Cavalcante, Cinthia Mendonça
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=75385
Resumo: Compreendido como fenômeno complexo e provocador de diversas discussões no meio acadêmico, o Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade tem sobressaído entre os diagnósticos identificados na população infantil. A repercussão dos seus efeitos deteriorantes em termos físicos, econômicos e sociais não só durante a infância, mas até a vida adulta, gera a necessidade de se compreender como a criança diagnosticada é percebida e cuidada, de modo mais específico, na perspectiva das interações entre seus principais cuidadores (família, escola e profissional de saúde mental). Nesse prisma, esse trabalho teve como objetivo geral compreender o processo de cuidar de crianças com diagnóstico de TDA/H no ambiente familiar, escolar e no atendimento no CAPS infantil. Para atingir esse objetivo foi necessário: identificar os sentidos atribuídos ao TDA/H pelos cuidadores da criança diagnosticada com o transtorno; analisar a construção do projeto terapêutico de crianças com diagnóstico de TDAH no CAPSi; analisar como se articulam família, escola e profissionais de saúde no cuidado à criança em tratamento no CAPSi com diagnóstico de TDA/H. A pesquisa, de natureza qualitativa, realizou-se nos dois Centros de Atenção Psicossocial de Fortaleza (CAPSi), nos quais se identificaram três casos de crianças diagnosticadas com TDA/H e a partir desses casos foram entrevistados os cuidadores familiares (mães), professoras e profissionais de saúde mental do CAPSi que lidavam com o caso. O método utilizado para a análise das narrativas, geradas pelas entrevistas, foi a hermenêutica fenomenológica de Paul Ricoeur. Entre diversos sentidos do TDA/H abordados pelos narradores, ressaltou-se o sentido de transtorno neurobiológico e mediante essa compreensão, o cuidado foi narrado por mães e professoras como algo difícil e conflituoso, pois se percebem diante de um fenômeno patológico desconhecido. Colocam suas expectativas de ajuda e orientação nos profissionais, especialistas, de forma especial, o médico. Por sua vez, os profissionais de saúde mental esperam dos familiares e educadores maior implicação no processo em vista de um cuidado integral e efetivo. O cuidado à criança diagnosticada com TDA/H no CAPSi tem como recurso central a medicação e a figura do psiquiatra como orientador do projeto terapêutico, mesmo tendo como princípo o cuidado multiprofissional fundamentado pelo modo psicossocial. Ao analisar as relações entre os cuidadores emergiram várias tensões e desencontros, os quais afetam diretamente a integralidade e resolubilidade do cuidado efetivado. Nas narrativas verificou-se mais destaque à doença e sintomas a serem controlados que à experiência da criança e seu sofrimento. Nesse contexto, a criança é associada a seu transtorno, é colocada “entre parênteses”, e o vínculo necessário às relações que promovem a formação da saúde mental da criança tem sido prejudicado pela ênfase dada ao controle do TDA/H. Palavras chave: Saúde mental; Cuidado; Crianças; TDA/H.