Uso da vacina de coronavírus aviário como modelo experimental de imunização em mamíferos para SARS-CoV2.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Almeida, Ney De Carvalho
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=105972
Resumo: O SARS-CoV2 é um coronavírus causador da pandemia de COVID-19 e que incitou o desenvolvimento de vacinas e medicamentos seguros e eficazes para extinguir a doença, mas parecem se mostrar insuficientes no combate à pandemia, principalmente com o surgimento de novas variantes virais. Daí veio-nos a ideia de usar o vírus da bronquite infecciosa aviária (IBV) como agente imunizante no combate à doença, a partir da avaliação da resposta imunológica em mamíferos imunizados com a vacina com IBV, através das análises: das proteínas virais e anticorpos, da resposta imunológica, dos parâmetros bioquímicos básicos, da soroneutralização e de análise histopatológica pulmonar. No estudo comparativo das proteínas estruturais do SARS-CoV2 e do IBV em SDS-PAGE e por biologia computacional mostrou a equivalência dos pesos moleculares referente à proteína S e o alinhamento das sequências revelou semelhanças entre o IBV:RDB e o SARS-CoV2:RDB e que as interações do IBV:RDB com os anticorpos neutralizantes produzidos por pessoas que foram infectadas com o SARS-CoV2 são favoráveis. Após estas constatações, imunizou-se camundongos com as concentrações vacinais (1, 10 e 100 μg) da cepa viral IBV H120 pelas vias: subcutânea (IBV + adjuvante), oral e intranasal (IBV sem adjuvante). Os soros obtidos após as imunizações foram diluídos na concentração 1:100 e a resposta imunológica avaliada por ELISA indireto em placas sensibilizadas com o vírus SARS-CoV2 inativado e por soroneutralização por redução do número de placas (PRNT). Soros de pessoas que imunizam aves em granjas, na diluição de 1:10, foram também utilizados em testes de soroneutralização por PNRT. Em camundongos, os resultados mostraram que as diferentes concentrações virais utilizadas na imunização induziram a produção de anticorpos (IgG), além dos subtipos IgG1 e IgG2a e o “reconhecimento” tanto do SARS-CoV2 como do IBV e ainda um significativo acréscimo dos títulos de anticorpos nas concentrações mais altas em todas as vias de imunização permanecendo elevados durante o experimento. No teste de western blot, os anticorpos de camundongos imunizados pelo IBV por todas as vias, reconheram especificamente, a fração proteica condizente com a proteina N do SARS-CoV2. Em teste de soroneutralização (PRNT), os soros dos animais imunizados em todas as concentrações, mostraram redução superior a 82% (menor concentração vacinal) frente ao controle positivo em célula vero. Os soros dos trabalhadores das granjas apresentaram uma variação entre 53% a 92% de neutralização viral em PRNT. Quanto aos parâmetros bioquímicos básicos, não se observaram alterações nos soros das pessoas e nos dos camundongos testados, indicando que a exposição ao IBV parece não afetar a saúde. Já os resultados obtidos em hamsters de linhagem síria imunizados na concentração de 2000 IBV por via subcutânea com adjuvante e por via intranasal, com um reforço no 15º dia (mesma concentração) e desafiados com 2000 SARS-CoV2 no 30º dia, sendo após 72 horas eutanasiados e tendo colhidos os pulmões para estudo histopatológico, mostraram que os imunizados pela via intranasal e desafiados não apresentaram alterações patológicas pulmonares significantes. Assim, concluimos que o IBV é eficaz e seguro podendo ser utilizado como modelo de vacina humana contra a COVID-19.