A poética da resiliência em família: vozes de dor que narram a beleza da superação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Souza, Cinthia Barreto Santos lattes
Orientador(a): Rabinovich, Elaine Pedreira lattes
Banca de defesa: Cerveny, Ceneide Maria de Oliveira, Santos, José Eduardo Ferreira, Bastos, Ana Cecília de Sousa Bittencourt, Chaves, Sara Santos, Lima, Isabel Maria Sampaio Oliveira
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Catolica de Salvador
Programa de Pós-Graduação: Família na Sociedade Contemporânea
Departamento: Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://ri.ucsal.br/handle/123456730/157
Resumo: A realidade sobre a qual o olhar investigativo desse estudo ancora-se é um ambiente familiar afetado por uma relação conjugal conflituosa. Nesse contexto, o desenvolvimento dos irmãos pesquisados, aconteceu. O fato destaca o objeto da resiliência, a experiência de beleza dos irmãos que, apesar da dor do sofrimento, movimentaram-se para superar angústias e recriar a vida futura. Compreenderam a dor e o sofrimento como abertura para a reescrita da existência. O pressuposto é que uma atitude poética, inventiva, a favor da própria vida faz o humano transcender a sua história. O exercício científico dar-se a partir da escuta sensível e reflexão introspectiva de narrativas para potencializar a expansão da consciência de si. Isso para entender como se deu o acontecimento capaz de promover o desempenho resiliente dos filhos; que coisas os motivaram; que recursos pessoais e/ou coletivos, internos ou externos usaram. O caminho metodológico da autoetnografia elege o diálogo entre subjetividades distintas para ouvir, compreender e interpretar as múltiplas vozes que ressoam das narrativas autobiográficas, remetem a pessoa à ordenação temporal de suas experiências, enquanto (res)significa os episódios da vida. Esse procedimento evidencia o entendimento da complexa subjetividade humana a partir do olhar da analista, inserida no contexto da observação e em atitude reflexiva sobre os pressupostos construídos por ela. O trajeto foi delineado de modo que se possa: ouvir as histórias de vida dos participantes da pesquisa; entrevistar os irmãos sobre como eles pensam ter vivenciado as desavenças diárias dos pais; perguntar sobre como fizeram para superar, ou não, a tensão causada pelo relacionamento do casal; esboçar as distintas formas de entender, expressar e enfrentar o sofrimento, examinando percursos individuais e coletivos de significação da dor, estratégias de cura, resistência ou ainda de reconceptualização da própria posição familiar, social. O estudo é de característica qualitativa. Os participantes são os filhos da família, lócus da investigação. Foram utilizados os instrumentos: narrativas sobre histórias de vida, entrevistas individuais e coletivas em encontros com os irmãos, reuniões de família. O registro das informações está disponível em diários e textos de campo. A leitura e análise dos dados resultaram na compreensão: os irmãos acreditam que desenvolveram resiliência, pois aprenderam a superar dores e fazer delas oportunidade de incremento para o futuro; entendem que a superação da dor foi possível porque têm um sentido para suas vidas, uma espécie de ponto fixo de ancoragem que os permitiram buscar em solidariedade e particularmente um motivo para viverem. Estabeleceram como pontos fixos: ter uma nova família; apoiaram-se um no outro de maneira solidária; adotaram na família extensa pessoas com as quais se vincularam, estabeleceram-se pertencentes a elas e as suas moradias; perseveraram pela fé em Deus e encontraram refúgio na igreja; apegaram-se à escola como possibilidade de alcançar uma vida nova e melhor; usaram recursos próprios aprendidos na relação social, cultural; refletiram a consciência de suas humanidades na relação com outras pessoas, no ciclo da vida que acontece em plenitude entre dor e felicidade.