Envolvimento paterno de homens com paraplegia ou tetraplegia: estudo de casos múltiplos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Oliveira, Victor Hugo de lattes
Orientador(a): Moreira, Lúcia Vaz de Campos lattes
Banca de defesa: Silva, Nara Liana Pereira lattes, Barbosa, Camilo de Lélis Colani
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Católica do Salvador
Programa de Pós-Graduação: Família na Sociedade Contemporânea
Departamento: Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://ri.ucsal.br/handle/prefix/4041
Resumo: A presente dissertação de mestrado tem por objetivo geral conhecer como ocorre o envolvimento paterno de homens com tetraplegia ou paraplegia no contexto da cidade de Salvador/BA. Foi desenvolvida pesquisa qualitativa, do tipo exploratório, com estudo de casos múltiplos. A investigação foi realizada com quatro pais com deficiência que têm idades entre 28 e 53 anos, cuja lesão medular ocorreu antes do nascimento ou nos primeiros anos de vida do(a) filho(a). Todos os entrevistados moravam na cidade de Salvador/Bahia. Para a coleta de dados foi construído o “Roteiro de Entrevista Envolvimento Paterno de Homens com Paraplegia ou Tetraplegia”, que contém questões abertas abordando: (a) dados de identificação; (b) paternidade e relações familiares; (c) paternidade, deficiência e trabalho. Após a aprovação do estudo no Comitê de Ética em Pesquisa da UCSal, os pais com deficiência foram acessados utilizando a técnica bola de neve e as entrevistas ocorreram por meio telemático, utilizando vídeo-chamadas, uma vez que foram feitas durante a Pandemia de Covid-19 e os participantes eram do grupo de risco. As entrevistas foram gravadas para que nenhuma informação se perdesse e todos assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. As gravações das entrevistas foram transcritas e os dados obtidos foram analisados de forma descritiva. Os principais resultados revelam que os participantes, apesar da mobilidade reduzida, têm um alto nível de envolvimento paterno, nos aspectos da interação, acessibilidade e responsabilidade, adaptando-se no que é necessário devido a deficiência física. Além disso, ressaltaram que a família é parte fundamental no exercício da paternidade, sendo a inspiração no envolvimento paterno e, também, rede de apoio para os entrevistados. Constatou-se, ainda, que a ausência de atividade laboral ou trabalhar em casa ajudou aos pais a terem um bom nível de interação, acessibilidade e responsabilidade com os respectivos filhos. Os pais adaptaram a rotina com os filhos, atuando em atividades que dependem mais dos aspectos cognitivos e afetivos e brincando de modo adaptado para participarem plenamente da infância do(a) filho(a). Por sua vez, a mobilidade reduzida, a falta de acessibilidade e as barreiras físicas, como nos transportes, prejudicam o envolvimento paterno quando os pais querem fazer algumas atividades como: viajar, passear, ir à praia. O preconceito e a falta de direitos garantidos à pessoa com deficiência apareceram como limitadores da inclusão do pai com deficiência na sociedade. Conclui-se que o fato de o pai ser uma pessoa com deficiência e ter suas limitações físicas não limita o envolvimento paterno.