Agentes penitenciárias: mulheres no universo masculino dos presídios da 5. Região Penitenciária do Rio Grande do Sul
Ano de defesa: | 2020 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Catolica de Pelotas
Centro de Ciencias Sociais e Tecnologicas Brasil UCPel Programa de Pos-Graduacao em Politica Social |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://tede.ucpel.edu.br:8080/jspui/handle/jspui/900 |
Resumo: | Direcionando-se à verificação de quais as implicações dos ambientes e das dinâmicas carcerárias às mulheres Agentes Penitenciárias, a pesquisa tem como sujeitos aquelas que trabalham nos estabelecimentos prisionais da 5ª Região Penitenciária do Rio Grande do Sul (Camaquã, Canguçu, Jaguarão, Pelotas, Rio Grande e Santa Vitória do Palmar). Os objetivos incluem as seguintes indagações: a) Verificar eventuais sobrecargas invisibilizadas a que são submetidas estas agentes sobretudo e inclusive por parte dos gestores públicos do sistema prisional e das respectivas políticas; b) averiguar acerca da existência, no estado, de políticas e/ou ações que tratem dessas implicações, desencadeadas a partir do órgão de gestão penitenciária; c) analisar os efeitos da profissão na vida extramuros dessas mulheres; e, d) verificar como essas mulheres lidam com a diferenciação e se desenvolvem estratégias próprias para enfrentar esse contexto de assimetrias na profissão. A metodologia é de caráter qualitativo e valeu-se de instrumento como a entrevista semiestruturada, aplicada às Agentes Penitenciárias. O referencial teórico prioriza a noção de masculinização do universo prisional de Luiz Antônio Bogo Chies e Leni Colares, a linha abissal e o binômio “apropriação/violência” de Boaventura de Souza Santos e a lógica do “peso do trabalho leve” de Maria Ignez Paulilo. Frente a apreciação da fase bibliográfica e um olhar para as 25 entrevistas realizadas se identificou sobrecargas sofridas por estas servidoras, categorizadas a partir das dores do encarceramento, de Gresham Sykes: a secundarização das Agentes Penitenciárias em seu ambiente laboral; a ocorrência de assédios sexual e moral; a dificuldade de acesso à promoções e cargos de chefia, além da desvalorização dessas mulheres e a afetação extramuros dos efeitos nocivos do cárcere as Agentes Penitenciárias. Diante disso a pesquisa demonstrou que os ambientes prisionais, por serem instituições masculinizantes, produzem sobrecargas de relações assimétricas de gênero, em relação as mulheres servidoras penitenciárias e que há uma invisibilidade destas sobrecargas sobretudo e inclusive por parte dos gestores públicos do sistema prisional e das respectivas políticas. Ainda, identificou-se que as Agentes Penitenciárias fazem parte do “outro lado” a partir de uma linha abissal que divide os sexos no interior carcerário, fazendo com que sejam excluídas e se tornem ofuscadas. Em contrapartida, se verificou que estas mulheres desenvolvem estratégias de “se impor” para driblar as dinâmicas machistas e patriarcais presentes nas instituições prisionais. A perspectiva contributiva da análise é a visibilização dessa realidade e seu enfrentamento no âmbito dos serviços penais. |