Interfaces entre os traços de personalidade o diagnóstico de depressão: diferencial entre quadros clínicos e presença de comorbidade durante episódio depressivo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Araújo, Jaciana Marlova Gonçalves
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Catolica de Pelotas
Centro de Ciencias da Saude#
#-7432574962795991241#
#600
Brasil
UCPel
Programa de Pos-Graduacao em Saude Comportamento#
#-1990782970254042025#
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede.ucpel.edu.br:8080/jspui/handle/tede/582
Resumo: A personalidade é um dos construtos mais importantes da Psicologia e tem tido cada vez mais espaço entre as pesquisas da área. O crescente interesse a respeito das bases comportamentais que sustentam os quadros psicopatológicos em geral e o advento da visão espectral dos transtornos da personalidade têm conferido maior visibilidade e relevância aos estudos acerca dos traços de personalidade. Os objetivos desta pesquisa foram centrados na investigação dos traços da teoria Big Five em pacientes deprimidos, pretendendo apontar características diferenciais entre casos de Transtorno Depressivo Maior e Transtorno de Humor Bipolar (no primeiro trabalho) e entre casos com e sem comorbidade entre Transtorno Depressivo Maior e Transtorno da Personalidade Borderline (no segundo trabalho). Os tamanhos amostrais diferiram em função dos objetivos dos estudos. No primeiro trabalho, contou-se com a participação de 245 pacientes em episódio depressivo atual, e no segundo, com 149 pacientes na mesma condição. No primeiro estudo foram coletadas informações, sobre as condições sociodemográficas; sobre os traços de personalidade (NEO-FFI) e sobre transtornos de humor e ansiedade (MINI-Plus). O grupo com Transtorno Depressivo Maior (n= 183) e o grupo com Transtorno de Humor Bipolar (n= 62) foram comparados em função dessas características por meio de análises bivariadas e multivariadas. No segundo estudo foram acrescidas as informações sobre Transtornos da Personalidade (MCMI-III), sendo que as comparações foram feitas como descritas anteriormente, porém, entre os grupos com (n= 40) e sem (n= 109) a comorbidade com Transtorno da Personalidade Borderline. Os resultados do primeiro estudo apontaram um padrão semelhante na distribuição dos traços de personalidade entre os indivíduos com Transtorno Depressivo Maior e Transtorno de Humor Bipolar durante episódio depressivo; contudo, foi 10 encontrada diferença significativa em relação ao fator Amabilidade (p= 0.005, RC= 0.94, IC 95%= 0.90 a 0.98), com níveis mais altos entre os indivíduos com transtorno unipolar. No segundo estudo, a presença do Transtorno da Personalidade Borderline esteve associada a menores índices do fator Conscienciosidade (p= 0.026, RC= 0.55, IC 95%= 0.33 a 0.93); maior prevalência de risco de suicídio (p= 0.017, RC= 2.15, IC 95%= 1.14 a 4.05); comorbidade com os transtornos da personalidade do Cluster A (p= 0.010, RC= 2.61, IC 95%= 1.25 a 5.42) e do Cluster C (p= 0.045, RC= 1.03, IC 95%= 1.00 a 1.07). Os dados de ambos os estudos apontaram que a avaliação dos traços de personalidade pode ser útil, do ponto de vista clínico, tanto para diferenciar casos em que há dúvida diagnóstica, como identificar a presença de comorbidades que podem comprometer diagnóstico e tratamento, caso sejam negligenciadas.