Sentidos em desalinho : o fantasma da liberdade entre a evidência e o equívoco
Ano de defesa: | 2015 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Catolica de Pelotas
Centro de Ciencias Sociais e Tecnologicas# #-8792015687048519997# #600 Brasil UCPel Programa de Pos-Graduacao em Letras# #8902948520591898764# |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://tede.ucpel.edu.br:8080/jspui/handle/tede/474 |
Resumo: | A análise de obras cinematográficas é, desde o reconhecimento do cinema como arte no início do século XX, feita por diversas áreas do conhecimento, desde áreas que se dedicam especialmente a essa arte até áreas mais distantes, como a filosofia e a sociologia. Da mesma forma, são inúmeros os trabalhos que se debruçam sobre o Surrealismo, movimento identificado normalmente às vanguardas artísticas do início do século XX, e sobre a obra cinematográfica de Luís Buñuel, surrealista reconhecido mundialmente. Todavia, em análise de discurso (AD), são poucos os trabalhos que se dedicam ao cinema, bem como à arte em geral e, assim, a Luís Buñuel e ao Surrealismo. Este foi um movimento artístico emblemático do período entre-guerras na Europa que teve reflexos não só, mas também na América Latina. Mais do que isso, como nenhum outro movimento, foi capaz de integrar pintores, escritores, cineastas e dramaturgos sob os pressupostos do materialismo histórico e da psicanálise, de forma a exceder seu âmbito e influenciar produções artísticas diversas até a contemporaneidade em várias partes do mundo. Dessa forma, este trabalho propõe-se a analisar o filme surrealista O fantasma da liberdade, dirigido por Luís Buñuel em 1974. A partir dele, pretende-se estabelecer um modo de trabalhar discursivamente obras de arte, especialmente cinematográficas, porquanto esse campo estético constitui-se sobre materialidade diversa da verbal, embora compartilhe com ela algumas características. Sob os pressupostos teóricos da análise de discurso fundada por Michel Pêcheux, aliados a conhecimentos de outros âmbitos teóricos, empreender-se-á uma discussão sobre o tratamento da arte em AD e tentar-se-á compreender as relações entre estética, materialismo histórico e psicanálise engendradas na obra, bem como os processos de produção de sentidos que regem seu funcionamento significante. Esses processos parecem funcionar através do recurso ao absurdo e à estrutura onírica, de forma a questionar o estatuto de evidência dos universos logicamente estabilizados, de modo a tenderem à polissemia, ainda que seja a partir do eixo parafrástico que os processos discursivos polissêmicos se estabeleçam. Esse questionamento da evidência que, a princípio, rege o funcionamento discursivo d’O fantasma da liberdade, filme no qual os sentidos do senso comum são suspensos a fim de dar lugar a sentidos outros, parece, ainda, apontar para um tipo de acontecimento singular, que não pode ser identificado ao acontecimento discursivo, já que se dá em um campo discursivo específico, o das artes, sem necessariamente, com isso, instaurar novas discursividades no todo da formação social. No presente trabalho, pretende-se investigar a natureza desse acontecimento singular que parece ser específico do discurso artístico. |