Os letramentos e as identidades nos discursos dos sujeitos da educação de jovens e adultos (PROEJA)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Carvalho, Evanir Piccolo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Catolica de Pelotas
Centro de Ciencias Sociais e Tecnologicas#
#-8792015687048519997#
#600
Brasil
UCPel
Programa de Pos-Graduacao em Letras#
#8902948520591898764#
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede.ucpel.edu.br:8080/jspui/handle/tede/540
Resumo: As mudanças socioculturais da Pós-Modernidade Líquida alteram as relações do sujeito consigo, com outros, com conhecimentos e linguagens e exigem a inscrição em novas práticas escolares de letramento e processos identitários. Assim, o objetivo da presente pesquisa é investigar como os alunos do Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos (PROEJA) constroem seus letramentos e como se constituem identitariamente, em percursos escolares e não escolares e na educação profissional. A investigação pauta-se na linha de pesquisa qualitativa, perspectiva etnográfica que interpreta a realidade social, experiências humanas, deslocamentos e pertencimentos dos sujeitos ao contexto sociocultural. Para tal, os dados, coletados com catorze alunos do PROEJA de um Instituto Federal do estado do Rio Grande do Sul, trazem histórias de vida e percursos de letramento em narrativas escritas, entrevistas narrativas e em profundidade e interações no grupo focal. O aporte teórico tem como base a teoria dialógica bakhtiniana e os Novos Estudos do Letramento. A teoria sócio-histórica vygotskiana fundamenta a construção dos conhecimentos e os Estudos Culturais subsidiam as questões identitárias. As análises e interpretações revelam que o PROEJA mobiliza a inscrição dos sujeitos em novos percursos de letramento que traduzem as identidades. As leituras dos sujeitos compõem-se pela diversidade, relacionam-se ao cotidiano e ao trabalho, distantes das concepções hegemônicas de leitura escolar. As práticas orais revelam pertencimentos, quando relacionadas ao cotidiano, havendo um processo de apropriação de discursos secundários ligados à profissionalização. Quanto à escrita, os sujeitos revelam-se como outsiders ou em processo de pertencimento. O curso é mobilizador do movimento outsider-insider por propiciar a circulação por práticas linguísticas de outras esferas. Tal movimento altera identidades e situa os sujeitos na constituição letrada resultante da multiplicidade de práticas e saberes advindos de processos não escolares, escolares e profissionais. Inicialmente, a mediação entre o sujeito e o objeto decorre da atuação docente e, posteriormente, tem destaque especial a ação de outros sujeitos que atuam como mediadores na construção de conceitos, por estabelecerem interações com maior equilíbrio nas relações de poder e atenção às especificidades dos processos escolares de letramento do PROEJA. O trabalho, a profissionalização e as práticas sociais solicitam novos usos linguísticos e inscrevem os sujeitos em letramentos, necessários à atuação profissional, alterando as identidades indesejadas. O sujeito do PROEJA constrói identidades por pertencimentos relacionados ao espaço dos saberes e das experiências e pela revisão do passado, transpondo, assim, as fronteiras da exclusão. Ao contrapor identidades designadas, o PROEJA marca-se pela diferença, na identidade profissional escolhida, como um insider na cultura letrada, alguém que é e sente-se letrado em identidades novas que, embora instáveis, elas mobilizam alterações em devir.