Acesso lexical na produção de fala bilíngue em região de fronteira Brasil/Uruguai
Ano de defesa: | 2013 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Catolica de Pelotas
Letras BR Ucpel Mestrado em Letras |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://tede.ucpel.edu.br:8080/jspui/handle/tede/309 |
Resumo: | Os resultados de vários estudos sobre bilinguismo sugerem uma vantagem cognitiva decorrente da prática da troca de códigos (code switching), que gera uma necessidade de maior controle inibitório, uma das funções executivas cerebrais (ex. BIALYSTOK et al., 2004; BIALYSTOK et al., 2005; MARTIN-RHEE; BIALYSTOK, 2008; COSTA et al., 2008). No entanto, essa vantagem não é tão evidente em alguns estudos, principalmente quando fatores extralinguísticos são controlados com maior rigor (MORTON; HARPER, 2007) ou quando controle de atenção e inibição são analisados em separado (BIALYSTOK et al., 2009). Independentemente da situação, a vantagem computada aos bilíngues sobre os monolíngues já foi pesquisada em diferentes faixas etárias (crianças, jovens adultos e idosos). Esta pesquisa visa investigar diferenças cognitivas entre crianças mono e bilíngues de região de fronteira, onde os idiomas do português e do espanhol convivem, tanto nas relações pessoais como nas sociais da comunidade. Na presente pesquisa foram replicadas duas tarefas não linguísticas e uma linguística, as quais já haviam sido utilizadas em outros estudos (BIALYSTOK et al., 2005b; COSTA et al., 2008; YANG; LUST, 2011; PREUSS, 2011), porém não em conjunto e não necessariamente para o mesmo grupo etário, de acordo com a bibliografia encontrada. As tarefas replicadas tiveram como principal objetivo investigar os processos de controle inibitório e de acesso lexical na produção de fala bilíngue na fronteira entre Brasil e Uruguai, na região de Aceguá, a qual não havia sido analisada ainda, em crianças bilíngues, falantes do português uruguaio (DPUs) (ELIZAINCÍN, 2001), do português brasileiro (PB) e do espanhol (E). Para atingir esse objetivo, foram entrevistadas e testadas 60 crianças na faixa etária compreendida entre nove e dez anos (20 bilíngues (região) e 40 monolíngues (região e grupo controle de Pelotas)) nas seguintes tarefas não linguísticas: Tarefa de Simon (SIMON; WOLF, 1963) e Tarefa de redes de atenção - ANT infantil (RUEDA, et al., 2004) e na tarefa linguística de Acesso Lexical (COSTA et al., 2000; PREUSS, 2011). Os resultados encontrados nos testes não linguísticos não apontaram diferenças cognitivas entre crianças bilíngues e monolíngues da mesma região. Os bilíngues foram inclusive mais lentos na comparação com as crianças do grupo controle, sugerindo que os fatores extralinguísticos influenciam consideravelmente na confiabilidade dos resultados de pesquisa sobre bilinguismo, como evidenciado em outros estudos (ex. HILCHEY; KLEIN, 2011). Os dados revelam que a vantagem bilíngue na resolução de conflitos é esporádica e pode inclusive ser ausente, dependendo dos grupos analisados. Também, os resultados encontrados entre os dois grupos bilíngues (Português/Espanhol e Espanhol/Português) não revelam diferenças significativas para afirmar a existência de diferenciação psicolinguística entre os idiomas praticados na região de Aceguá/RS, uma vez que a vantagem pendeu aleatoriamente para os dois grupos na investigação dos efeitos de interferência presentes na fala bilíngue quando dois idiomas de proximidade semântica são avaliados. Os resultados gerais da presente pesquisa sugerem a necessidade de mais estudos envolvendo bilinguismo fronteiriço, com maior número de participantes e também com o controle rigoroso dos fatores extralinguísticos, os quais podem afetar drasticamente a identificação da vantagem cognitiva de bilíngues. |