Resumo: |
Introdução: O enfrentamento ao HIV tem sido um desafio mundial há mais de 40 anos. Grande parte da sociedade está envolvida, com grande esforço, a fim de conter a disseminação do vírus e promover uma melhor qualidade de vida para as pessoas que vivem com o HIV. O direito ao acesso à informação sobre prevenção ao HIV entre adolescentes e jovens nas escolas, é primordial nesse enfrentamento. Esse trabalho busca identificar os direitos inter-relacionados nesse cenário sob o quadro dos direitos humanos. Objetivo: Identificar o cenário do direito ao acesso à informação sobre prevenção ao HIV entre adolescentes e jovens nas escolas. Procedimentos metodológicos: Foi realizada uma revisão de escopo usando a estrutura de Arksey e O'Malley. Busca na base de dados bibliográficas Pubmed para identificar estudos sobre a informação sobre HIV entre adolescentes e jovens na escola. O recorte temporal contemplou as publicações entre o período de 2011 a 2022. A busca na base de dados resultou em 1.187 publicações, com produções científicas envolvendo diversos contextos regionais não somente do Brasil, sendo realizada a leitura na integra dos 30 artigos selecionados. Para a extração das categorias, utilizou-se do modelo proposto por Gruskin, Mills e Tarantola (2007), seguindo uma lógica dedutiva orientada pelos conceitos da disponibilidade, acessibilidade, aceitabilidade, qualidade e resultados. Para análise dos resultados foi utilizado o quadro dos Direitos Humanos. Resultados: Os estudos analisados foram realizados entre os anos de 2003 e 2019, devido a intervenção que durou 7 anos e agrupados por continentes: Africano (16 artigos), Asiático (6 artigos), americano (4 estudos), europeu (4 estudos). As populações estudadas incluíram predominantemente estudantes e alguns estudos também professores e informantes-chaves selecionados propositalmente. Poucos estudos informaram a religião, sendo o mais citado, o cristianismo. A maioria dos estudos (23) foram qualitativos. Discussão: Após análise dos resultados emergiram quatro categorias: (1) Disponibilidade (oferta de recursos disponíveis pelas escolas aos adolescentes e jovens com relação às informações sobre prevenção ao HIV), (2) Acessibilidade (informações ensinadas para os adolescentes e jovens nas escolas), (3) Aceitabilidade (informações ensinadas para os adolescentes e jovens nas escolas), (4) Qualidade (melhor nível de evidência, de acordo com o padrão ouro da ciência). Conclusão: Percebemos lacunas diante do cenário do direito ao acesso à informação sobre prevenção ao HIV entre adolescentes e jovens nas escolas sendo necessário o debate intersetorial com o governo e sociedade civil. Ações estratégicas e direcionadas ao público jovem são necessárias para que escolas possam colaborar, ainda mais, no desenvolvimento de pessoas conscientes de seus comportamentos e práticas, livres de julgamentos e discriminação, por meio de estratégias culturalmente mais significativas para os adolescentes e jovens. |
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