Fatores associados ao bem estar subjetivo nas duas maiores cidades brasileiras

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Cacozzi, Aline lattes
Orientador(a): Andreoli, Sérgio Baxter lattes
Banca de defesa: Andreoli, Sérgio Baxter, Silveira, Cássio, Zucchi, Eliana Miura, Stamato, Maria Izabel Calil, Andrade, Mário Cesar Resende
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Católica de Santos
Programa de Pós-Graduação: Doutorado em Saúde Coletiva
Departamento: Centro de Ciências Sociais Aplicadas e Saúde
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://tede.unisantos.br/handle/tede/7062
Resumo: O bem-estar subjetivo é auto percepção, afetiva e cognitiva sobre afetos positivos e negativos e a satisfação com a própria vida. A presença de níveis alto de bem-estar subjetivo favorecem diversas áreas da vida humana, como saúde e longevidade. O objetivo desse trabalho foi investigar os fatores associados ao bem-estar subjetivo nas duas maiores cidades brasileira. O estudo tem o desenho de corte transversal, com amostra probabilística estratificada em multi-estágios da população geral das cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. O total de entrevistados foi 3744 indivíduos. Os instrumentos aplicados foram: Questionário Sociodemográfico; Questionário de Capital Social; Escala de Resiliência (ER); Composite International Diagnostic Interview (CIDI); e a Versão Brasileira Curta do Subjetive Well-being (SUBI). A variável bem-estar subjetivo foi dicotomizada em melhor e pior utilizando a distribuição de frequência acumulada na amostra total, incluindo as duas cidades, e utilizando o percentil 70% para estabelecer o nível de corte. As análises de associação entre o bem-estar subjetivo e as variáveis independentes foram feitas por meio da regressão de Poisson e calculadas a razões de prevalência (RP), no software Stata 10. Três modelos de regressão de Poisson foram construídos tendo como variável dependente o nível de bem estar, controlada pelas variáveis demográficas, sociais e de saúde mental; um modelo para a amostra total e um para cada uma das cidades. Resultados: os fatores associados ao bem-estar subjetivo em São Paulo e no Rio de Janeiro foram diferentes, exceto para o quadro de transtorno depressivo. Em São Paulo o pior bem-estar subjetivo esteve associado à participação em grupos sociais (RP = 1,07); e ao diagnóstico de transtorno depressivo, com associação diretamente associado à gravidade dos sintomas, quadro moderado (RP = 1,16) e o quadro grave (RP = 1,18). No Rio de Janeiro, o pior bem-estar subjetivo também esteve associado ao diagnóstico de transtorno depressivo grave (RP = 1,36), mas inversamente associado ao uso nocivo de álcool (RP = 0,85) e ajudar em grupos sociais (RP = 0,93). Na análise que incluiu ambas as cidades (SP e RJ), o fato de morar na cidade do Rio de Janeiro foi inversamente associado ao pior bem-estar subjetivo (RP = 0,95), e esteve associado aos quadros do transtorno depressivo moderado (RP = 1,15) e grave (RP = 1,21) e à participação em grupos sociais (RP = 1,05). Conclusão: os resultados do trabalho mostraram algumas diferenças que discordam do que é encontrado na literatura, tais como, uso nocivo de álcool estar associado inversamente ao pior bem-estar subjetivo no Rio de Janeiro e a participação em grupos sociais estar associada ao pior bem-estar subjetivo em São Paulo, o que nos faz pensar sobre a importância da mediação do contexto sociocultural na percepção do bem-estar das populações. Esta hipótese é reforçada pelo fato de que essas duas maiores cidades brasileiras diferem bastante em seus aspectos econômicos, demográficos, na organização social, nas condições de trabalho, lazer e valores.