Do conceito de amor em Santo Agostinho ao conceito de amor mundi em Hannah Arendt : um estudo comparativo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Maltchik, Leo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Pontif?cia Universidade Cat?lica do Rio Grande do Sul
Escola de Humanidades
Brasil
PUCRS
Programa de P?s-Gradua??o em Filosofia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/11392
Resumo: O presente trabalho objetiva demonstrar a profunda influ?ncia do pensamento de Santo Agostinho sobre a obra de Hannah Arendt, talvez o fil?sofo que mais teve import?ncia na reflex?o pol?tica e filos?fica desta autora. A import?ncia do pensamento de Agostinho sobre Arendt s? pode ser comparada com a exercida pelo pensamento e o mundo grego-romano. Este trabalho entende que o conceito de amor mundi (que inclui a no??o de mundo) ? o principal conceito para a compreens?o das perspectivas filos?fica e pol?tica adotadas por Arendt, permitindo reconciliar pensamento e a??o, filosofia e pol?tica, dom?nios que se encontram separados desde o julgamento e a condena??o ? morte de S?crates pela Democracia ateniense. Al?m do conceito de amor mundi, ser?o abordados os conceitos de vontade (como liberum arbitrium) e liberdade pol?tica (como faculdade de come?ar algo novo), conceitos complementares ? no??o de amor ao mundo e fundamentais para a compreens?o da atividade da a??o - atividade considerada mais importante do ponto de vista da condi??o humana. A filosofia existencialista praticada por Arendt (que d? import?ncia ao pensar, ao querer e ao julgar - faculdades espirituais que tamb?m s?o fontes de toda a??o) n?o op?e filosofia e pol?tica, sendo que o fil?sofo n?o pode deixar de agir e refletir politicamente, alegando a autonomia do dom?nio filos?fico. Arendt n?o se limita a criticar a filosofia e a teologia crist? quando elas defendem a ideia de que a salva??o da alma e a vida eterna do homem dependem do abandono do mundo (especialmente o abandono da atividade da a??o pol?tica), do isolamento em rela??o ?s coisas mundanas e da pr?tica do amor Dei (amor a Deus), desconsiderando a necessidade de amar o mundo. Em lugar disso, Arendt, igualmente, se apropria de conceitos crist?os presentes nos fil?sofos crist?os (especialmente Agostinho), mas tamb?m em Jesus de Nazar? e S?o Paulo. dando-lhes novos significados no sentido de serem tamb?m o ant?doto ? perda do mundo comum e a capacidade de agir dos homens. Defende-se, tamb?m, que Arendt ? uma pensadora que se inclui na corrente dos pensadores incompatibilistas libertaristas, na medida em que ela entende que a Vontade livre tanto concebida como liberum arbitrium quanto concebida como liberdade de come?ar algo novo n?o ? compat?vel com o determinismo causal dos fatos. Afinal, sustenta-se que Arendt ? uma autora cl?ssica e extremamente original, na medida em que o seu pensamento oferece conceitos, ideias e sinais que preservam atualidade para a compreens?o da realidade que nos rodeia.