Amor mundi e educação: reflexões sobre o pensamento de Hannah Arendt

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Almeida, Vanessa Sievers de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-08122009-160028/
Resumo: Esta tese assinala, com base na obra de Hannah Arendt, a fundamental importância do amor ao mundo para a educação. A filósofa explica que por meio da educação introduzimos as crianças no mundo humano e aponta o impasse que surge com a perda da tradição e o desmantelamento desse espaço comum na Era Moderna. Partindo desse problema, a questão central deste trabalho é: como despertar nos alunos o apreço pelo mundo que nos une com os diferentes, encorajá-los a encontrar seu lugar nele num momento em que a ausência de sentido e a preocupação com a sobrevivência se impõem, de modo que qualquer compromisso com o comum parece ser uma exigência deslocada e anacrônica? Arendt não propõe soluções, mas é rigorosa ao afirmar que quem educa é duplamente responsável: pelo mundo e pelas crianças na educação decidimos se amamos o mundo e seus novos habitantes. Posto que a autora não explicita o que vem a ser esse amor, investiga-se a noção do amor mundi, recorrendo ao conjunto de suas reflexões. Entende-se que, se o mundo é o lugar das histórias humanas no qual podemos estabelecer relações e nos revelar como pessoas, o amor a ele é uma resposta à destruição totalitária desse espaço humano e ao não-mundo da sociedade moderna organizada em torno do processo vital de produção e consumo. Com recurso a diversos conceitos de Arendt, principalmente os de ação e pensamento, aborda-se e discute-se a difícil tarefa educativa de acolher os jovens no mundo, de mostrar-lhes que, apesar de este lugar estar fora dos eixos, ainda vale a pena apostar nele, e de encorajá-los para que, por sua vez, estabeleçam seu vínculo singular com esse espaço comum e seu legado, pelo qual futuramente serão responsáveis.