O conceito de amor em Hannah Arendt: da perspectiva agostiniana ao amor mundi

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Oliveira, Elciene Alves Ferreira de
Orientador(a): Azevedo, Marco Antônio Oliveira de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Vale do Rio dos Sinos
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Filosofia
Departamento: Escola de Humanidades
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/12514
Resumo: Neste trabalho o conceito de amor em Hannah Arendt é discutido: da perspectiva agostiniana ao amor mundi, investigando a presença deste tema a partir do seu primeiro escrito: "O Conceito de amor em Santo Agostinho", seguindo para outros escritos, tais como: "A Condição Humana" e "Origens do Totalitarismo"; e, escritos de Agostinho como "Confissões". Além disso, comentários sobre estes escritos com respeito à proposição do tema, seus desdobramentos e relevância, foram analisados. Em adição, uma análise das três formas de amor enquanto expressão de amor ao mundo e como são refletidas nos escritos arendtianos foi realizada, verificando de que forma a autora qualifica o conceito de amor, no contexto da filosofia agostiniana, redimensionando-o para uma nova forma de amar: o amor mundi. Analisamos estas três formas de amor: amor como desejo, no alcance do bem perene, inseguro; o amor ao próximo, voltado para Deus, para o próximo e para si mesmo e; o amor caritas, mais elevado e voltado para o Eterno, incorruptível. Neste último, a perspectiva de um mundo que se torna espaço de todas as conexões na promoção da ética social e política é discutida, sob a responsabilidade de implicar-se com o outro, consigo mesmo e com o seu entorno. Ainda, foi discutido o amor nas relações sócio-políticas, concebendo-se um mundo que possa ser ressignificado no contexto da esfera pública, buscando-se ressaltar o valor do reconhecimento, da reconciliação e do perdão. Ao analisar a obra de "Origens do Totalitarismo", ressaltamos que no contexto do antissemitismo, imperialismo e totalitarismo, não há perspectivas de cuidado com o mundo, como espaço de todos, resultante de uma ação política de compreensão, respeito e responsabilidade com o espaço comum a todos os homens. Em “A Condição Humana” foi discutido o amor mundi na vita activa apresentando o mundo em três dimensões: espaço natural do trabalho, enquanto artifício humano através da obra e, enquanto mundo aparente, através da ação política dos homens. Quanto aos resultados alcançados nesta pesquisa, foi constatada, na filosofia de Hannah Arendt, influências da filosofia agostiniana e a presença da concepção de amor mundi enquanto responsabilidade pelo mundo.