Soberania alimentar e digital no Brasil: a resistência dos Movimentos Sociais Populares

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2025
Autor(a) principal: Cecchini, Valéria Kabzas lattes
Orientador(a): Teixeira, Pollyana Ferrari lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Programa de Estudos Pós-Graduados em Tecnologias da Inteligência e Design Digital
Departamento: Faculdade de Ciências Exatas e Tecnologia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.pucsp.br/jspui/handle/handle/44267
Resumo: A concentração de poder em grandes corporações que atuam nos mercados do agronegócio (Big Agro), da produção de comida (Big Food), e da tecnologia da informação (Big Tech) baseada na extração de dados e gestão algorítmica dos sistemas alimentares penetra nas mais diversas esferas da vida e do planeta, se apropria de direitos fundamentais e bens comuns, favorecendo a lógica que produz fome, desigualdade e destruição ambiental, intensificando os mecanismos de dependência e colonialidade. Diante deste cenário, o objetivo desta pesquisa é investigar como a luta popular por soberania alimentar e soberania digital se articulam na resistência à extração capitalista e controle corporativo da Terra, dos alimentos e dos saberes. Seguindo a metodologia da Cartografia das Controvérsias, realizamos um mapeamento dos atores e argumentos que atuam nesta disputa, tendo como referência a atuação pela soberania conduzida por movimentos sociais populares. O Movimento dos Trabalhadores Sem Terra – MST foi selecionado como disparador das controvérsias por sua representatividade e influência no debate nacional e internacional sobre os sistemas alimentares e os arranjos técnicos e científicos dominantes, e pela capacidade de conectar e articular uma resistência a diversas formas de colonialidade. Evidenciamos que o MST, mas também outros movimentos, como o MTST, são agentes centrais na elaboração de estratégias e na mobilização das lutas por soberania alinhadas aos princípios de autodeterminação dos povos. Os resultados na cartografia revelam que a atuação destes movimentos vai além de promover o debate, pois cria e conecta mecanismos de resistência, propondo e implantando sistemas produtivos e tecnologias participativos, que priorizam os interesses coletivos e contemplam maior diversidade de modos de vida.