[pt] TRABALHO E PRECARIEDADE NO COMPLEXO PETROQUÍMICO DO RIO DE JANEIRO (COMPERJ): UMA ANÁLISE DAS IMPLICAÇÕES DA INTERRUPÇÃO DAS OBRAS E DEMISSÕES EM MASSA OCORRIDAS A PARTIR DE 2014

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: ANA CAROLINE DOS SANTOS GIMENES MACHADO
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: MAXWELL
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=67431&idi=1
https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=67431&idi=2
http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.67431
Resumo: [pt] As peculiaridades da conjuntura neoliberal brasileira produzem expressões cada vez mais complexas de uma questão social ampliada e austera. As vicissitudes geradas nesse contexto de hegemonia do capital financeiro, fomentam efeitos deletérios à classe trabalhadora como o processo de precarização de trabalho, expresso através da flexibilização das relações trabalhistas, remunerações irrisórias, terceirização, contratos temporários, desproteção social, aumento do desemprego afetando diariamente o interior da classe trabalhadora e o seu movimento sindical. Esse processo arrasta o trabalhador para uma condição de precariedade, na qual a instabilidade e a insegurança são o fio condutor para sua exploração. O Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), renomeado de Polo GasLub em Itaboraí/RJ foi uma das mais imponentes obras do governo federal e o maior empreendimento individual de toda a história da Petrobras, o que plantou a promessa da criação de cerca de 200 mil postos de trabalho diretos e indiretos. Semelhantemente, com grande expectativa de desenvolvimento econômico, o Estaleiro Enseada do Paraguaçu em Maragogipe provocou um aumento populacional para a região do Recôncavo baiano em busca de emprego e melhores condições de vida. No período de 2014 a 2017, o Brasil enfrentou uma série de desafios econômicos, incluindo recessão, instabilidade política e alta taxa de desemprego. Esses fatores contribuíram para a desaceleração e paralisação de mais de 14 mil obras em todo o país, o que gerou um processo de demissões em massa tanto no Comperj quanto no Estaleiro. A investigação parcial e política conduzida pela Operação Lava Jato, impulsionada pela grande mídia, na qual diversas empresas com contratos no Comperj e no Estaleiro estavam envolvidas impactou a economia brasileira como um todo, afetando austeramente os trabalhadores prestadores de serviço. Este estudo se propôs a dar continuidade à pesquisa iniciada no mestrado acadêmico, examinado os aspectos decorrentes das implicações da paralisação das obras no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), junto aos trabalhadores da construção civil após as demissões em massa, observando como esse processo se desenvolveu em outras localidades, como no Estaleiro Enseada do Paraguaçu, onde os trabalhadores também foram afetados com a interrupção das obras no ano de 2014. Para tanto, através de uma abordagem qualitativa, fez-se uso de instrumentos de investigação como pesquisa bibliográfica, pesquisa documental, com exame de registros relativos à temática abordada e entrevistas realizadas com trabalhadores do Comperj e do Estaleiro, analisando suas narrativas de trajetória ocupacional. A pesquisa apresenta o quanto o processo interrupção das obras foi nocivo para os trabalhadores, conduzindo-os à precariedade em condições de trabalho instáveis, baixos salários, falta de benefícios e desemprego prolongado. Além disso, esse processo de precarização do trabalho não apenas afetou os indivíduos demitidos, mas também teve impactos na comunidade e na economia local. Este estudo buscou compreender a condição de precariedade vivenciada por esses trabalhadores contratados que ficaram desempregados em ambas as regiões, no período de 2014, observando como essas paralizações de grandes obras se apresentaram como um arquétipo no Brasil, nos últimos anos.