Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Moysés, Yana dos Santos |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://app.uff.br/riuff/handle/1/29011
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Resumo: |
O presente trabalho analisa a disputa pela Baía de Guanabara entre os pescadores artesanais - Comunidade de Itambi e AHOMAR- e o COMPERJ, que se deflagra com a implantação desse empreendimento no Município de Itaboraí-RJ. Identifica-se nessa disputa o acionamento de dois grandes discursos ambientais concorrentes. De um lado, os agentes do COMPERJ, alinhados por pressupostos de uma matriz epistêmica eurocêntrica, pautada no lócus de enunciação universal, a partir do uso da categoria de desenvolvimento sustentável, constroem um discurso uno, global e consensual. Dentro desse discurso de cunho economicista e tecnicista, o território é compreendido apenas como recurso econômico, passível de negociação, e os pescadores artesanais, como pobres, improdutivos, sem conhecimento e degradantes. De outro lado, os pescadores artesanais se aproximam das lutas travadas por outros sujeitos subalternizados na América Latina (indígenas e quilombolas) e constroem um discurso ambiental politizado, pautado na diferença, a partir de três categorias-chave: território, identidade e memória. Dentro desse discurso, o território é compreendido como patrimônio de existência e os pescadores artesanais, como sujeitos dotados de saberes e fazeres, responsáveis pela produtividade e, sobretudo, pela vida da Baía de Guanabara. Compreendem-se os discursos como ferramentas de poder, acionado por um lado como estratégia de dominação e, por outro lado, como estratégia de resistência. A disputa por discursos ambientais representa uma disputa territorial, bem como por projetos políticos. Por um lado, o projeto político do COMPERJ busca dominar a Baía de Guanabara e seus povos. Significa a reprodução da morte da baía, o que inclui o descarte dos saberes e fazeres dos pescadores artesanais. Por outro lado, o projeto político dos pescadores artesanais busca a (re)apropriação social da baía. Significa a manutenção e reprodução dos saberes/fazeres dos pescadores artesanais, significa a reprodução da vida da Baía de Guanabara. |