[pt] SOBERANIA EM OUTROS TERMOS: DISSIDÊNCIA, MORTE E EXCESSO

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: AMANDA ALVARES FERREIRA
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: MAXWELL
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=63579&idi=1
https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=63579&idi=2
http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.63579
Resumo: [pt] O objetivo desta tese é, em primeiro lugar, analisar a reprodução do discurso da soberania nas Relações Internacionais enquanto mecanismo de fixação identitária e, em segundo lugar, deslocar o foco da soberania por meio de uma análise de mecanismos de morte, esta sendo objeto e local da soberania em si. Considerando o debate na teoria queer sobre os limites da política, a tese faz uma análise crítica do desenvolvimento dessa perspectiva teórica na disciplina, apresentando uma leitura que fomenta o desmantelamento da noção de uniformidade do Estado e da prevalência do internacional como condição das Relações Internacionais, a fim de entender o internacional como universalidade. Depois disso, em diálogo com Foucault e Butler, a tese se aprofunda no detalhamento das relações de poder a nível do corpo por meio do debate sobre a sujeição implicada pela fixação identitária do gênero, e assim a demonstra como fundamental para as premissas da racionalidade e da agência como fundadoras da soberania. Para tal, o contexto brasileiro de marginalização e violência contra minorias de gênero e raça é considerado. Analisa-se a degeneração como forma de produção da diferença em uma gama de variações na intersecção de raça e gênero, em um engajamento crítico com o conceito de racismo de Estado. Nessa linha, a tese aprofunda, então, uma discussão teórica acerca dos diferentes exercícios de morte sobre o outro para entender as contrapartidas da expansão da vida, colocando em evidência a violência constitutiva da formação de uma identidade soberana. A tese então propõe uma análise da morte como chave da agência do ser e da soberania, a partir de uma leitura do excesso batailleano. A soberania é analisada no flerte com a morte, tanto na morte lenta quanto na morte violenta, ambas no entremeio entre a consciência e sua interrupção, e entre a utilidade e o dispêndio. Sendo assim, o identitarismo é posto em xeque por meio do questionamento da capacidade agencial resumida à razão, em uma contribuição que parte da perda de si como contestação da figura do indivíduo e do Estado soberano. Por fim, a proposta de conceituação alternativa da soberania é examinada retomando as potenciais problemáticas identitárias presentes no debate queer. O objetivo é retomar a discussão sobre radicalidade queer e sobre as consequências do movimento de desnaturalização tanto do gênero como da soberania, sejam elas significativas em termos de resistência ou não.