[pt] INTERAÇÃO EM SALA DE AULA EM LIBRAS E PORTUGUÊS COM EXPERIÊNCIAS TRANSIDIOMÁTICAS: ENQUADRES DE PROFESSOR E ALUNOS SURDOS E OUVINTES

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: LUIZ CARLOS BARROS DE FREITAS
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: MAXWELL
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=46655&idi=1
https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=46655&idi=2
http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.46655
Resumo: [pt] O estudo se ocupa em investigar como são realizadas interações entre alunos surdos e ouvintes e professor ouvinte em um curso de Graduação de Letras-Libras, em que se faz uso da Libras, do Português e de outras formas de linguagem, incluindo a alternância e sobreposição modal de códigos. A pesquisa se justifica pelo recente e crescente contingente de surdos jovens e adultos que ingressam no ensino superior no Brasil, fenômeno do contexto socio educacional de transição, no bojo das transformações socioculturais e históricas iniciadas especialmente a partir do reconhecimento e regulamentação do uso da Libras pela Lei 10.436 de 2002 e do Decreto 5.626 de 2005. Em termos teóricos, o estudo busca articular conceitos da Sociolinguística Interacional, da Análise da Conversa em contexto institucional e de Línguas em Contato na interação, na ordem micro e macro, na relação com os Estudos Surdos. A metodologia da pesquisa é qualitativa e interpretativa, com gravação de dados mediante método etnográfico de investigação. Foram gravadas e analisadas sete interações em sete aulas diferentes em que o pesquisador atuou como professor. É importante destacar, nas convenções de transcrição, a discussão sobre a necessidade de se adequar os modelos de convenções existentes em língua oral e língua de sinais às especificidades da fala em interação com surdos e ouvintes em um contexto bi/multilíngue, com línguas em contato. A partir da discussão, foi proposto um novo modelo de convenções de transcrição, para língua oral e língua de sinais, com foco na interação. Na análise dos dados, emergiram práticas comunicativas de caráter transidiomático que fazem parte dos repertórios linguísticos dos interagentes. Foram estabelecidos dois capítulos, a partir de sete interações. O primeiro desses capítulos, de número 4, tem foco nas interações 1 e 3, e foi dedicado principalmente aos enquadres com foco na entrada dos alunos no curso Letras-Libras. Os resultados indicam que os alunos constroem identidades a partir do foco no outro e no grupo. Apontam também expectativas profissionais dos alunos em relação às opções do curso. Os resultados do segundo capítulo de análise, o capítulo 5, a partir das interações 2, 4, 5, 6 e 7, indicaram, sobretudo, as relações coconstruídas entre professor e alunos surdos e ouvintes em práticas transidiomáticas que imprimiram o caráter bi/multilíngue da sala de aula. Evidenciaram diferenças na propensão para a adesão ao enquadre institucional pelos alunos, com relações de negociação de conflito e a busca de afirmação linguística entre eles, e co construção de conhecimento entre professor e alunos. Embora o professor, enquanto representante institucional, tenha escolhido Libras como língua de instrução, nos dados analisados, as línguas em contato na sala de aula indicaram práticas multilíngues dos alunos, com o uso de Libras, Português e outras formas de linguagem misturadas. A pesquisa mostra-se importante para gerar reflexões sobre como os alunos percebem a sua entrada em um Curso Letras-Libras e como professor e alunos entendem o que está acontecendo no aqui e agora desta sala de aula, em um contexto socio educacional em construção, que se mostrou multilíngue, na transição em reconhecimento dos sujeitos surdos como minoria linguística.