[pt] AQUELE VIADINHO QUE ME TIROU PRA FORA DE SALA: UMA ANÁLISE DA CONSTRUÇÃO DISCURSIVA DAS EMOÇÕES E DE AVALIAÇÕES DE PROFESSORES QUEER POR UM VIÉS AUTOETNOGRÁFICO
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
MAXWELL
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=62750&idi=1 https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=62750&idi=2 http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.62750 |
Resumo: | [pt] O objetivo desta pesquisa é compreender como se estabelecem os afetos e as relações interpessoais de um grupo de professores, ao refletirem sobre suas performances LGBT em trajetórias de vida, especialmente em práticas profissionais. Para isso, analiso e interpreto a avaliação (LINDE, 1997; THOMPSON; HUNSTON, 2006; HUNSTON, 2011) e sua relação com a construção discursiva de emoções (ABU-LUGHOD; LUTZ, 1990; AHMED, 2004; REZENDE; COELHO, 2010) em discursos (FOUCAULT, 1972; PENNYCOOK, 2007; ROCHA, 2020) produzidos ao longo de conversas exploratórias (NUNES, 2017) realizadas com professores e professoras do Ensino Básico quanto às suas performances LGBT no contexto escolar. Seguindo os objetivos específicos, pretendo criar entendimentos sobre discursos avaliativos que evidenciam as emoções e disputas de ideologias normativas, além de analisar o caráter micropolítico das emoções que surgem em tais conversas, sendo que algumas delas desenrolam-se em narrativas (BASTOS; BIAR, 2015) e histórias de vida (LINDE, 1997). Deve-se entender queer aqui como todo agir contra-hegemônico (BUTLER, 1999; CAMERON; KULICK, 2003; BORBA, 2015; BORBA, 2019; MOITA LOPES; PINTO, 2020), pensando-se nas diversas maneiras de se manifestar gênero, sexualidade e afeto socialmente. Alinhado a uma proposta metodológica de dimensão autoetnográfica (ELLIS; BOCHNER, 2000), reflito e investigo tanto as minhas experiências de vida em relação ao tema desta dissertação, quanto as vozes de outros professores e professoras recém-inseridos no mercado de trabalho, para entender melhor nossas realidades. Além disso, por estar inserida no âmbito da Linguística Queer (BORBA, 2019), a pesquisa intenciona questionar discursos hegemônicos e cisheteronormativos, seguindo a lógica procedimental de uma pesquisa qualitativa-interpretativa (DENZIN; LINCOLN, 2006). Os dados foram analisados a partir da observação das instâncias léxico-gramaticais avaliativas e de três lâminas de análise da narrativa (BIAR et al, 2021): como o texto está sendo construído, como a interação se dá e quais Discursos (GEE, 2001) estão circulando. Com esse fim, divido a análise em três vieses: a adolescência, a instituição escolar e a relação com os alunos. Os resultados indicam caminhos diferentes, mas que se atravessam. Pôde-se identificar a emersão de avaliações majoritariamente negativas, em relação ao comportamento de outros com os professores da pesquisa, e predominantemente positivas quando falavam de si mesmos. Ao mesmo tempo, foi possível observar emoções de cunho negativo, como insegurança, medo e rejeição, e de cunho positivo, como amor, esperança e orgulho. |