O VÍNCULO POR UM FIO: A TOXICOMANIA COMO OBJETO TRANSICIONAL

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2005
Autor(a) principal: Alves, Fábio Pereira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Pontifícia Universidade Católica de Goiás
Escola de Ciências Sociais e Saúde::Curso de Psicologia
Brasil
PUC Goiás
Programa de Pós-Graduação STRICTO SENSU em Psicologia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede2.pucgoias.edu.br:8080/handle/tede/3568
Resumo: A partir do referencial psicanalítico, buscou-se no presente trabalho estudar como se configura o vínculo em uma família com adolescente toxicômano. Segundo o DSMIV, a nosografia médica insiste em colocar a toxicomania como uma doença; mas seria essa uma causa ou conseqüência de outras patologias? Por outro lado, a toxicomania parece apontar para o que alguns autores chamam de “excessos da modernidade”. Dessa forma, ela funciona como um signo do abuso, da transgressão à Lei; ou seja, é a ausência de referenciais, de limites, de norma. A droga tem a função de dizer o indizível (Olievenstein, 1989) ela denuncia o fio tênue do vínculo familiar. Ela sustenta uma identificação no vazio, sem corpo, ela é a marca da ‘falta’. O sujeito toxicômano reconhece na abstinência o que lhe falta [manque], por isso, encontra-se totalmente envolvido na busca desse objeto, essa é a verdadeira razão de ser da estrutura toxicômana (Rassial, 1999). Dentro do dispositivo de escuta psicanalítica, procedeu-se a duas entrevistas do tipo clínico, realizadas em dois momentos: inicialmente com o pai, e posteriormente com o filho adolescente usuário de droga. O material coletado nas entrevistas aponta para uma configuração no vínculo familiar, que parece tomar a noção de “objeto transicional” como modelo; um vínculo que evidencia uma ligação frágil entre pai e filho. Em que essa fragilidade é resultado de uma identificação precária do sujeito com o objeto, que parece resultar na fixação do filho em uma posição de demanda, uma posição entre narcisismo primário e a entrada no Édipo. Os resultados nos levam a supor que o paradigma do objeto transicional é um importante modelo teórico para a compreensão e a intervenção clínica em casos de toxicomania.