A religião está na escola: educação e colonialidades religiosas no ensino fundamental II de Itaberaí-Goiás
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Pontifícia Universidade Católica de Goiás
Escola de Formação de Professores e Humanidades Brasil PUC Goiás Programa de Pós-Graduação STRICTO SENSU em Ciências da Religião |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://tede2.pucgoias.edu.br:8080/handle/tede/4979 |
Resumo: | Este estudo, inscrito na linha de pesquisa Cultura e Sistemas Simbólicos, busca compreender e analisar como a Colonialidade e Laicidade se associam conformando ações docentes do ensino básico do fundamental II, presente nas escolas públicas municipais de Itaberaí-GO. Tendo como objetivo investigar, compreender e refletir a partir de um episteme decolonial, as relações entre ensino religioso, respeito a pluralidade religiosa, num contexto de princípios democráticos. A hipótese central da tese é de que a colonialidade do poder catalisa a violência simbólica no ambiente escolar, promovendo um ambiente cultural de intolerâncias, racismo, discriminações e preconceitos, contra os sujeitos subalternizados historicamente, reforçando uma hegemonia cristã. Supomos que, por meio do ensino religioso, sejam reforçadas noções essencialistas, binárias e hierarquizantes, ligada a uma episteme e teologia Nortecentrada, que contribui para a desumanização daqueles considerados diferentes do dito sujeito universal. Essa transmissão de conhecimento ocorre via reprodução do habitus cristão, implícito no habitus professoral, que se apresenta em termos de currículo oculto, já que não é debatido ou refletido nos projetos pedagógicos, planos de aula, tampouco, na seleção de textos, figuras e símbolos utilizados como recursos didáticos do ensino-aprendizagem. Este estudo está balizado nos pressupostos decoloniais de autores como Quijano (2007); Maldonado Torres (2007); Lugónes (2007) entre outros decoloniais que buscam decolonizar o legado da colonialidade, que é o sistema global de dominação e exploração política e cultural que tem suas raízes na história da colonização e que ainda tem impacto significativo na vida das pessoas. Propõem uma crítica ao pensamento ocidental e das estruturas de poder que sustentam a colonização e o imperialismo, buscando valorizar as perspectivas de conhecimento dos povos e culturas colonizadas. Ainda nos apoiamos em Pierre Félix Bourdieu (1983) que busca superar o objetivismo tanto quanto o subjetivismo, a partir de um estruturalismo construtivista. Desse modo, metodologicamente os dados foram coletados por meio da História de Vida e observação participante, para conhecer as trajetórias individuais e profissionais dos professores e professoras das referidas unidades escolares. Utilizou-se a análise de discurso para interpretar as narrativas atribuídas pelos agentes da pesquisa, às representações sociais vinculadas ao fenômeno religioso e sua relação com o processo educacional. Também um levantamento histórico do município. Além disso, foi feito por meio de revisão bibliográfica do ensino religioso e suas representações num contexto histórico colonial, afim de compreender como se estrutura o campo educacional brasileiro e também em nosso recorte de estudo. Observações empíricas destacam que o racismo é mais prevalente em relação às religiões de matriz africana e indígena. Esse modelo pedagógico carrega traços de colonialidades, nas escolas públicas pesquisadas, onde os alunos muitas vezes pertencem a grupos marginalizados devido à raça ou classe social, estruturada por uma episteme eurocentrada, que perpetua a desumanização por meio da violência simbólica no currículo escolar, mesmo que de modo oculto |