Experiências com um grupo de adolescentes: um estudo psicanalítico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Moretto, Cybele Carolina
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: PUC-Campinas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/xmlui/handle/123456789/15723
Resumo: Esta pesquisa tem como objetivo investigar e descrever algumas formações psíquicas (intrapsíquicas e intersubjetivas) produzidas no aqui-agora de um grupo de adolescentes; analisar a estrutura e o funcionamento para realizar o psicodiagnóstico da realidade psíquica do grupo; e compreender se o grupo se constitui em dispositivo terapêutico, sensibilizando os participantes aos fenômenos do grupo. O estudo se fundamentou no aporte teórico-metodológico da Psicanálise aplicada aos Grupos. Foi realizado um grupo fechado com oito adolescentes, de ambos os sexos, entre quatorze e dezesseis anos de idade, residentes em uma cidade da região sudoeste do estado de São Paulo. Foram realizadas doze sessões, uma vez por semana, de noventa minutos cada, em um Centro de Atenção Psicossocial da Infância e Adolescência. As sessões grupais foram orientadas pela concepção de Grupo de Diagnóstico, sendo utilizada a regra da Associação Livre, de modo que os adolescentes tinham a liberdade de falarem entre si seus sentimentos, pensamentos e fantasias produzidas e reativadas no grupo, a partir da leitura de narrativas míticas, que disponibilizamos em cada uma das sessões como um recurso para facilitar o processo associativo grupal. As sessões foram gravadas para posterior transcrição, análise, interpretação e discussão. O material foi analisado qualitativamente, a partir da técnica da Interpretação dos sonhos, visando, assim, ultrapassar a mera descrição do conteúdo explícito das falas dos adolescentes. Os resultados mostraram que os adolescentes se sensibilizaram aos fenômenos psíquicos do grupo, possibilitando a compreensão do processo de grupo e de seu funcionamento. O estudo comprovou que o grupo se constituiu um dispositivo terapêutico pertinente para a promoção de autoconhecimento, proporcionando compreensão e alivio emocional aos seus participantes. Concluímos que o grupo, como objeto de catexias psíquicas e sociais, foi um espaço de confrontos e de laços afetivos, depositário de imagens, emoções e conflitos dos adolescentes; um lugar para a realização dos desejos reprimidos e de manifestação do inconsciente dos participantes. Concluímos, finalmente, que as narrativas míticas se constituíram como um instrumento de investigação, facilitaram aos adolescentes a se identificar com os heróis míticos e a expressar seus sentimentos, desejos e fantasias, desencadeando o processo transferencial e a intersubjetividade no grupo.