Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Silva, Laura Soares da |
Orientador(a): |
Andrade, André Luiz Monezi |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/xmlui/handle/123456789/17461
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Resumo: |
As mídias digitais são ferramentas que fazem parte do cotidiano da sociedade. Diante disso, novos fenômenos emergiram em decorrência de padrões excessivos de consumo de conteúdos online, como o binge watching (BW), que se refere ao consumo sucessivo de múltiplos episódios de séries de filmes. Apesar de ser considerado uma alternativa de entretenimento, estudos recentes têm apontado associações entre o BW e impactos na saúde mental, como ansiedade, depressão, estresse, dificuldades na regulação emocional, negligência de compromissos, distúrbios do sono e estilo de vida sedentário, além de problemas de saúde em função da exposição prolongada a telas. Além disso, existe a preocupação de que o BW possa se tornar uma dependência comportamental (DC). Dessa forma, esta pesquisa teve como objetivo investigar associações entre o BW e problemas de saúde mental em estudantes universitários brasileiros e canadenses. As variáveis estudadas foram: sintomas oculares, depressão, ansiedade, estresse, dependência de smartphones, impulsividade, consumo de álcool, qualidade de vida e regulação emocional. O estudo adotou um delineamento quantitativo, transversal, exploratório e multicêntrico, conduzido no Brasil e no Canadá. A amostra foi composta por 1.496 estudantes universitários, sendo 1.191 brasileiros (76,1% mulheres, 23,9% homens) e 305 canadenses (77,3% mulheres, 22,7% homens), selecionados por conveniência. Os participantes responderam à pesquisa on-line, por meio das plataformas SurveyMonkey e Qualtrics. Os instrumentos de avaliação utilizados, além do sociodemográfico, foram: Questionário de Percepção de Binge Watching, Smartphone Addiction Scale - Short Version (SAS-SV), Depression Anxiety Stress Scale (DASS-21), Escala de Dificuldade na Regulação Emocional (DERS-18), Alcohol Use Disorders Identification Test (AUDIT), World Health Organization Quality of Life (WHOQOL-Bref) e Impulsive Behavior Scale (UPPS-P). A amostra foi estratificada em dois grupos: “binge watchers” (BW), classificados por relatarem assistir séres "semanalmente ou quase todos os dias" e consumir três ou mais episódios consecutivos, e o grupo "não binge watchers" (nBW). O grupo BW incluiu 429 participantes, enquanto o grupo nBW abrangeu 1067. Observaram-se associações estatisticamente significativas relacionadas ao gênero e ao país de origem, com 30% das mulheres na amostra total e 40% dos canadenses sendo classificados como BW. De forma geral, o grupo BW apresentou uma frequência maior de dependência de smartphones, e médias superiores em dificuldades de regulação emocional, ansiedade, depressão, estresse e impulsividade. Além disso, o grupo BW apresentou níveis menores de qualidade de vida, consumo de álcool em maior quantidade e maior frequência de episódios de consumo exacerbado (binge drinking). Na análise de rede, destaca-se o gênero como a variável de maior centralidade na amostra total e entre os participantes brasileiros, sugerindo uma maior propensão do gênero feminino a se envolver em comportamentos de BW. Esta pesquisa, de maneira geral, contribuiu para a expansão do conhecimento sobre o BW e suas relações com problemas de saúde. No entanto, é necessário que mais estudos sejam conduzidos sobre o tema, a fim de estabelecer ferramentas de avaliação, intervenção e prevenção para um consumo saudável de mídias digitais e séries televisivas. |