Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Gomes, Maria Camila Buarraj |
Orientador(a): |
Enumo, Sônia Regina Fiorim |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
PUC-Campinas
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
http://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/xmlui/handle/123456789/14901
|
Resumo: |
A obesidade infantil é um problema de saúde pública, com prevalência crescente em todo o mundo. Além dos aspectos genéticos e ambientais associados, os fatores psicossociais e econômicos têm sido estudados por influenciar as opções alimentares e o estilo de vida. Entre as complicações da obesidade infantil, a esteatose hepática não alcoólica (EHNA) é uma importante causa de doenças hepáticas na infância, aumentando significativamente o risco cardiovascular nessa população. Atualmente, é considerada a manifestação hepática da síndrome metabólica. O tratamento da EHNA visa principalmente a perda de peso e um estilo de vida ativo; dependendo, portanto, da adesão às orientações dietéticas e às atividades físicas propostas. Nesse sentido, a motivação para o tratamento tem se mostrado fundamental. Este estudo identificou e analisou variáveis bioquímicas, antropométricas, dietéticas, psicossociais e de motivação e atitude para o tratamento, em crianças e adolescentes com sobrepeso e obesidade (SOB), em suas relações com o diagnóstico de EHNA. É um estudo prospectivo, transversal, descritivo e correlacional, com 45 crianças e adolescentes (5-17 anos), com diagnóstico de SOB pelos critérios da Organização Mundial de Saúde, sendo atendidos no Ambulatório de Obesidade Infantil de um hospital universitário de uma cidade do Estado de São Paulo. Foram aplicados individualmente, após a consulta de rotina no ambulatório: a) uma Ficha de Caracterização dos Participantes, com dados pessoais, familiares, antropométricos, dietéticos e exames laboratoriais, incluindo o ultrassom abdominal; b) Psychosocial Assessment Tool 2.0 (PAT 2.0), para avaliação do risco psicossocial familiar; c) quatro questões sobre a motivação e atitude em relação ao tratamento dietético e às atividades físicas. Foram aplicados os testes estatísticos: t-Student, Qui-Quadrado e teste exato de Fisher, com nível de significância de 5%. Apresentaram obesidade 82,2% da amostra. Houve prevalência de 33,3% da amostra com EHNA, os quais apresentaram significativamente maiores níveis de triglicérides, maior gravidade da obesidade diagnosticada pelo Escore-Z do Índice de Massa Corporal (IMC/Idade), maior circunferência da cintura e maior circunferência do pescoço. No aspecto dietético, os casos com EHNA apresentaram também maior ingestão de carboidratos em relação ao valor calórico total da dieta e menor ingestão de gorduras totais. No geral, essas crianças e adolescentes relataram consumo acima da recomendação de alimentos ultraprocessados e de alta densidade energética e consumo abaixo da recomendação de alimentos ricos em fibras e de baixa densidade energética. As famílias estavam em risco psicossocial em nível clínico (40,0%), especialmente nas áreas problemas da criança e estrutura familiar e recursos. As famílias dos participantes com EHNA também apresentaram significativamente maior nível de risco psicossocial (“clínico”). A prática de atividades físicas e a motivação para o tratamento não diferenciou os participantes com e sem EHNA. Embora 93,3% dos participantes tenham relatado estarem motivados para o tratamento, 72,7% reconheceram fazer “nada” ou “pouco” do que era proposto. Tais achados reafirmam a importância da compreensão do contexto familiar e da motivação e atitude para o tratamento como elementos norteadores para a equipe multidisciplinar, na definição de estratégias e condução do tratamento convencional da obesidade infantil e da EHNA. |