Economia e natureza: Padrões de uso e cobertura da terra associados a atividades agropecuárias e extrativistas de comunidades do sudoeste do Pará

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Anielli Rosane de Souza
Orientador(a): Maria Isabel Sobral Escada, Antonio Miguel Vieira Monteiro
Banca de defesa: Silvana Amaral Kampel, Evlyn Márcia Leão de Moraes Novo, Jussara de Oliveira Ortiz, Danilo Araújo Fernandes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação do INPE em Sensoriamento Remoto
Departamento: Não Informado pela instituição
País: BR
Resumo em Inglês: The Amazon region occupation is marked by different sets of historical and geographical processes. It started from the riverside and lakes, before the 60´s, and then, in the drylands. In these areas, different cycles of economic activities succeeded. Previous to 1960, these were primarily extractivist activities. After 1960, agricultural activities have come to predominate being intensified from the late 90. The entry of more intensive production systems, such as the big farmers and the agribusiness together with the scaled cattle raising, draws a new territorial logic in the region and transforms its landscape. These changes leave footprints that are expressed as spatial patterns over these modified landscapes. This dissertation presents a new methodology and its operationalisation, to allow the analysis of different landscape patterns associated with the land cover and land use for 102 settlements comunidades - of ribeirinhos and dryland settlers in the southwest region of Pará. These patterns are associated with different productive activities and the social agents involved in its production. The proposed approach involves the use of joint satellite image data, used to identify spatial patterns of land use and land cover (LUC), associated with agricultural and extractivist activities, and data from the comunidades, collected through semi-structured interviews in field expeditions, concerning the potential access to local markets and agricultural and extractivist production data. The key element of this approach is a theoretical and conceptual framework that defines a Typology of spatial patterns of land use and land cover associated with agricultural and extractivist economic activities which has been proposed based on the literature review, the analysis of LUC patterns through landscape ecology adapted metrics and indicators produced based on the semi-structured questionnaires from the field survey. This framework was used for the landscape classification, that has been represented by cells of [8x8]km, using spatial data mining techniques and landscape metrics of structure composition. For the analysis, at the landscape scale were proposed two indices: the intensification of land use and the landscape diversity. In producing these indices theoretical models of intensification were considered and a landscape ecology derived diversity metric, adapted to process the data of land use and land cover, was used. At the local scale (comunidades), agricultural and extractivist production indicators and an potential indicator of potential access to local markets were developed. The analysis showed that in the region of Santarém, the landscape has not been fully incorporated by agribusiness yet. The indicators showed that the comunidades have different potentials for their entry into established or potential local productive and innovative systems (APL Arranjos produtivos Locais). These results reinforce the concern over the territorial reorganization in progress. At one side, it can reduce the opportunities for economical alternatives to incorporate the local productive arrangements. On the other hand, it can enhance the potential of the comunidades and in this way to create the possibility for an inclusive regional economic development, diverse, more complex and environmentally responsible.
Link de acesso: http://urlib.net/sid.inpe.br/mtc-m21b/2016/08.11.22.22
Resumo: A Amazônia é marcada por diferentes processos e históricos de ocupação, iniciados nas faixas ribeirinhas, antes da década de 60, e depois, nas áreas de terra firme. Nessas áreas, diferentes atividades econômicas se sucederam. Antes de 1960, essas atividades eram voltadas principalmente para o extrativismo. Após a década de 1960, as atividades agropecuárias passaram a predominar, sendo intensificadas a partir do final dos anos 90. A entrada de sistemas de produção mais intensivos, como os dos grandes pecuaristas e os do agronegócio, desenha uma nova lógica territorial e modifica a paisagem. Essas mudanças deixam pegadas que são expressas como padrões espaciais na paisagem. O presente trabalho apresenta uma proposta metodológica e sua operacionalização, para permitir a análise desses diferentes padrões da paisagem associados ao uso e cobertura da terra de áreas no entorno de 102 comunidades ribeirinhas e de terra firme, da região sudoeste do Pará. Esses padrões estão associados às diferentes atividades produtivas e aos agentes sociais envolvidos na sua produção. A abordagem proposta possibilita articular dados de imagens de satélite, utilizados para identificar padrões de uso e cobertura da terra, associados a atividades agropecuárias e extrativistas; e dados de expedições de campo, relativos ao potencial acesso aos mercados locais e à produção agropecuária e extrativista nas comunidades. O fio condutor dessa abordagem é um quadro teórico-conceitual de tipologias de padrões de uso e cobertura da terra associadas às atividades econômicas agropecuárias e extrativistas proposto com base na revisão de literatura, na análise de padrões de uso e cobertura da terra e nos dados de questionários semiestruturados de pesquisa de campo. Esse quadro foi utilizado na classificação da paisagem, representada por células de [8X8] Km, por meio de técnicas de mineração de dados e do cálculo de atributos estruturais e de composição da paisagem. Para a análise, na escala da paisagem, foram propostos dois índices: o da intensificação do uso da terra e o de diversidade da paisagem. Para gerar esses índices, foram considerados modelos teóricos sobre intensificação e foi utilizada uma métrica de diversidade da paisagem, adaptada para tratar os dados de uso e cobertura da terra. Na escala local, foram elaborados indicadores de produção agropecuária e extrativista e o indicador de potencial acesso aos mercados locais. As análises mostraram que, na região de Santarém, a paisagem não foi totalmente incorporada pelo agronegócio. Os indicadores apontaram que as comunidades têm condições diferenciadas para sua inserção em arranjos produtivos locais. Esses resultados reforçam a preocupação com a reorganização territorial em curso. Por um lado, ela pode reduzir as oportunidades de incorporar alternativas econômicas de base local; por outro lado, pode reforçar as potencialidades dos lugares e, assim, criar a possibilidade para um desenvolvimento econômico regional inclusivo, diversificado e ambientalmente responsável.