Epífitas vasculares em florestas alagáveis de várzeas e igapós de águas pretas da Amazônia Central: padrões de riqueza, composição, diversidade e distribuição de espécies
Ano de defesa: | 2017 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
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Programa de Pós-Graduação: |
Ecologia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: | https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/12261 http://lattes.cnpq.br/2454671020826461 |
Resumo: | Epífitas vasculares constituem parte importante do dossel das florestas tropicais, no entanto, estudos com foco no componente epifítico são escassos, sobretudo em florestas alagáveis na Amazônia. Isso dificulta a inclusão desse grupo de plantas em estratégias de conservação e também obscurece o próprio entendimento da dinâmica e funcionamento dos ecossistemas alagáveis. Em florestas de várzeas e igapós da Amazônia central, investigamos 1.121 indivíduos e 242 espécies arbóreas, das quais 343 (30,5%) árvores hospedaram 2.922 indivíduos e 96 espécies de epífitas vasculares, distribuídas em 59 gêneros e 13 famílias. A floresta de várzea foi mais rica e apresentou mais que o dobro de espécies de epífitas que a floresta de igapó. Apenas 15,6 % das espécies foram compartilhadas entre os ambientes, evidenciando que ambientes de várzeas e igapós são contrastantes em sua riqueza e composição de epífitas. As análises de alpha diversidade revelaram que o diâmetro da árvore se correlaciona positivamente com a diversidade de epífitas nos dois ambientes e, ao contrário, a diversidade arbórea não se correlacionou com a diversidade de epífitas. A diversidade beta entre várzea e igapó é gerada principalmente pela substituição das espécies e não pelo aninhamento. Por outro lado, as análises de distribuição mostraram que, na várzea, epífitas se distribuem horizontalmente de acordo com o diâmetro da árvore, ao passo que no igapó, a preferência de epífitas por espécies arbóreas específicas parece exercer maior influência na distribuição horizontal das espécies. As análises de distribuição vertical por zonas ecológicas mostraram que, tanto em várzea como em igapó, a copa interior das árvores apresenta maior riqueza de espécies. Análises de distribuição utilizando a altura da epífita em relação ao solo, junto com o diâmetro da árvore, revelaram grupos de espécies que têm suas distribuições determinadas por esses dois parâmetros, que parecem se relacionar à fisiologia de cada grupo. Nossos achados também mostram que, exclusivamente em florestas de igapó, a inundação influencia grande parte dos padrões de riqueza e distribuição de epífitas, pois limita a ocorrência de espécies na porção onde a árvore é inundada, impedindo a ocorrência de grupos especializados em ocupar a parte basal das árvores. Isto influencia secundariamente a distribuição horizontal, pois determina a distribuição de árvores que são preferidas por epífitas, e parece influenciar a distribuição vertical promovendo um deslocamento da riqueza de epífitas para as partes mais altas das árvores. Argumentamos que a flora epifítica entre várzeas e igapós possui padrões de riqueza similares aos encontrados para a flora arbórea, com uma baixa similaridade de espécies e com a inundação influenciando seus padrões de riqueza e distribuição. Sugerimos que outras pesquisas sejam desenvolvidas em mais áreas de várzeas e igapós para verificar se esses padrões são consistentes ao longo da grande planície de inundação Amazônica. Finalmente, os resultados apresentados esclarecem padrões ecológicos e biogeográficos para epífitas na Amazônia e ajudam em futuros planos de conservação de epífitas e de ecossistemas alagáveis, cada vez mais ameaçados por ações antrópicas. |