Mudanças nos estoques de carbono do solo em fragmentos e florestas contínuas de terra-firme na Amazônia Central

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Barros, Henrique Seixas
Orientador(a): Fearnside, Philip Martin
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa de Pós-Graduação: Ciências de Florestas Tropicais - CFT
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/5007
http://lattes.cnpq.br/6467204295983083
Resumo: As florestas da Amazônia estocam grande quantidade de carbono tanto na biomassa vegetal como no solo. Nas últimas três décadas as altas taxas de desmatamento aceleraram o processo da fragmentação da floresta na Amazônia brasileira. Embora as consequências do desmatamento e conversão da floresta em pastagens sobre os estoques de carbono estejam bem documentadas, os impactos da fragmentação florestal e dos efeitos de borda sobre os estoques de carbono do solo permanecem desconhecidos. Nós investigamos as mudanças nos estoques de carbono do solo em fragmentos florestais após cerca de 25 anos do isolamento e a sua relação com os efeitos de borda além de investigar o comportamento dos estoques em florestas primárias contínuas no mesmo período. A amostragem seguiu um sistema de falsas coordenadas permitindo que amostras fossem coletadas nos anos 1980 e no ano de 2012, nos exatos mesmos pontos. Foram coletadas amostras para teor de carbono compostas cada uma por cinco subamostras e uma amostra de densidade em cada parcela de 400 m². No total foram coletadas amostras de solo em 265 parcelas distribuídas em 28 grids de 1 ha nos fragmentos florestais e em 176 parcelas em 22 ha na floresta contínua. Verificamos mudanças nos estoques de carbono do solo em ambos os ambientes, com aumento dos valores para os fragmentos florestais e redução dos estoques presentes na floresta contínua. Nos fragmentos, a mudanças nos estoques de carbono do solo se mostraram relacionadas à distância da borda da floresta. Nestes locais ocorrem maiores taxas de mortalidade de árvores em função de alterações microclimáticas vistas após o isolamento dos fragmentos, há também acréscimo na produção de necromassa juntamente com alterações na composição e estrutura da vegetação fatores que facilitam a decomposição da matéria orgânica deslocando o fluxo em direção ao compartimento do solo resultando em aumento nestas localidades. Na floresta contínua os resultados indicaram tendência contrária, com redução dos estoques de carbono do solo. O desequilíbrio entre os fluxos resulta em diminuição dos estoques de carbono do solo nestas áreas. Ainda que esse comportamento possa não ser via de regra para as florestas na Amazônia, como em estudos que demonstram acréscimo nos estoques. É importante destacar que estes ecossistemas podem se comportar tanto como fonte ou sumidouro de carbono e os processos que regem esse comportamento devem ser mais bem compreendidos.