Mudanças no estoque de carbono da biomassa lenhosa de florestas de várzea baixa da Amazônia central ao longo de um gradiente sucessional
Ano de defesa: | 2009 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
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Programa de Pós-Graduação: |
Botânica
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: | https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/12757 http://lattes.cnpq.br/5782139481009072 |
Resumo: | Florestas tropicais acumulam grandes quantidades de carbono na biomassa lenhosa acima do solo (BLAS), mas existem incertezas a respeito da função das florestas alagáveis como sumidouras de carbono. Até hoje, nenhum estudo foi realizado para obter dados sobre taxas de mortalidade e recrutamento de espécies arbóreas nas várzeas da Amazônia Central. Estes dados são fundamentais para estimar o balanço de carbono na BLAS em estágios sucessionais de idades diferentes. O objetivo deste estudo é estimar mudanças no estoque de carbono da BLAS em florestas de várzea baixa da Amazônia Central ao longo de um gradiente sucessional utilizando dados de recrutamento, mortalidade e incremento de biomassa lenhosa obtidos em parcelas de observação permanente de 1 ha cada, monitoradas durante o período de 1999 a 2008. Neste estudo, um balanço de carbono estocado na BLAS foi realizado ao longo de um gradiente de sucessão na várzea baixa (alagada por uma coluna d’água média de 3,36 a 4.65 metros) abrangendo três estágios sucessionais de 30, 135 e 250 anos de idade. As parcelas permanentes foram estabelecidas no ano de 1999 no setor Jarauá da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá considerando árvores acima de 10 cm de diâmetro à altura do peito (DAP). De cada árvore, o DAP, a altura total e as coordenadas x e y foram medidas. A densidade da madeira foi obtida por espécie de um banco de dados para transformar o inventário florestal em estimativas de BLAS através da aplicação de modelos alométricos que utilizam DAP, altura e densidade da madeira como parâmetros independentes. No levantamento do ano de 2008 o DAP das árvores remanescentes foi novamente medido para calcular taxas médias de incremento de BLAS para o período 1999 a 2008. Das árvores novas (recrutamento) o DAP foi medido e a BLAS estimada. Das árvores que morreram durante o periodo 1999-2008, taxas de mortalidade e perdas em BLAS foram estimadas para obter um balanço de carbono na BLAS (carbono é aproximadamente 50% da (BLAS). As taxas médias de incremento diamétrico anual foram maiores no estágio sucessional de 30 anos (0,42 cm) do que nas florestas com 135 anos (0,35 cm) e 250 anos (0,32 cm). As taxas anuais de mortalidade foram mais elevadas no estágio de 30 anos de idade (4,28 %) e diminuiram com aumento da idade da floresta para 3,31% (floresta de 135 anos) e 3,33% (floresta de 250 anos). As espécies arbóreas que apresentaram as maiores taxas de mortalidade foram: Cecropia membranaceae, Rhodostemonodaphne sp. e Pseudobombax munguba (estágio de 30 anos); Nectandra hihua, Oxandra riedeliana e Pouteria elegans (estágio de 135 anos); Mabea sp., Oxandra riedeliana e Paramachaerium ormosioides (estágio de 250 anos). As perdas anuais de BLAS foram mais altas nas florestas de 135 anos (4,3 Mg ha -1 ano -1 ) e de 250 anos (5,2 Mg ha -1 ano -1 ) em comparação com o estágio de 30 anos (3,1 Mg ha -1 ano -1 ). A somatória do incremento de BLAS das árvores remanescentes reduziu ao longo do gradiente de sucessão apresentando valores de 6,8 Mg ha -1 ano -1 no estágio de 30 anos, 6,2 Mg ha -1 ano -1 no de 135 anos e 5,1 Mg ha -1 ano -1 no de 250 anos. O recrutamento contribui com 0,6 Mg ha -1 ano -1 no estágio de 30 anos, 0,24 Mg ha -1 ano -1 no estágio de 135 anos e 0,30 Mg ha -1 ano -1 no estágio de 250 anos. No balanço de carbono (ganhos de BLAS pelo incremento das árvores remanescentes mais recrutamento menos perdas de BLAS pela mortalidade) somente o estágio de 30 anos indicou sequestro líquido significativo de 2,1 Mg C ha -1 ano -1 . Com aumento da idade da floresta o balanço de carbono diminui para 1,1 Mg C ha -1 ano -1 (estágio de 135 anos) e atingiu um ponto de equilíbrio na floresta de 250 anos. A BLAS somente tem uma função significativa como sumidoura de carbono. nas primeiras décadas da sucessão primária. Florestas maduras acima de 200 anos indicam um balanço de carbono equilibrado na BLAS. |