Estimativas de produtividade de biomassa lenhosa ao longo de gradientes ambientais em florestas alagáveis na Amazônia Central

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Batista, Eliane Silva
Orientador(a): Schongar, Jochen
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa de Pós-Graduação: Clima e Ambiente - CLIAMB
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/12966
http://lattes.cnpq.br/0320211310861330
Resumo: A bacia amazônica abrange a maior floresta tropical do mundo com papel importante no ciclo de carbono global devido a sua capacidade em armazenar, absorver e emitir carbono para a atmosfera. As áreas úmidas ocupam 30% da bacia amazônica e ainda há poucos estudos sobre a biomassa lenhosa acima do solo (BLAS) dessas áreas e sua relação com fatores ambientais. Neste estudo foi estimada a dinâmica de carbono na biomassa lenhosa acima do solo através de estoques e sequestro em florestas alagadas em oito sítios de estudo abrangendo os ecossistemas de igapós de água preta, igapós de água clara e paleo-várzeas. Na maioria das áreas de estudo foram estabelecidos três parcelas entre 0,125-1 ha ao longo de gradientes hidrológicos. Por sua vez, cada hectare foi subdividido em 16 subparcelas de 25 m x 25 m. Todas as árvores com diâmetro à altura do peito ≥ 10 cm (DAP = 1,30 m acima do solo) foram consideradas nos levantamentos florísticos. Em todas as áreas foram determinadas as espécies mais abundantes e escolhidos cinco indivíduos de cada espécie, com diâmetros variados, para coletar duas amostras de madeira por árvore para determinar a densidade da madeira, taxas de incremento em diâmetro e estimar a idade das árvores. Foram coletados 3.978 cilindros de madeira, na altura do DAP com um trado dendrocronológico, destes 1.705 foram para a análise de densidade madeira e 2.273 para determinar as taxas de incremento em diâmetro. A densidade da madeira foi obtida pela relação entre o peso seco e volume fresco (g cm-3). As amostras foram lixadas e os anéis de crescimento foram marcados através da delimitação dos anéis de crescimento. As taxas médias de incremento em diâmetro foram determinadas e estimadas as idades das árvores. A biomassa arbórea foi estimada com base em um modelo alométrico que considera DAP, densidade específica da madeira e altura dos indivíduos. Analisamos a densidade de 372 espécies. A densidade média da madeira entre as áreas variou de 0,54-0,72 g cm-3 O incremento anual em diâmetro médio variou entre 2,1-3,0mm e apresentaram diferenças significativas entre os ambientes estudados. A BLAS variou entre 55-353 Mg ha-1 nos igapós de água preta, 76-317 Mg ha-1 nos igapós de água clara e entre 76-327 Mg ha-1 nas paleo-várzeas. As análises em nível de parcela indicaram que a densidade é influenciada principalmente pela inundação. A fertilidade do solo e a fase terrestre influenciam as taxas de crescimento das espécies arbóreas. Não foi detectada relação entre biomassa e fatores hidroedáficos, porém a produtividade de BLAS apresentou correlação com a duração de inundação e o turnover de carbono em biomassa mostrou ser influenciado pela argila e duração de inundação. A duração da inundação foi o principal fato que influenciou a dinâmica das tipologias analisadas. Estudos futuros ao longo da bacia Amazônica são necessários para ampliar o conhecimento da influencia das variáveis hidrológicas, edáficas e climáticas nas florestas alagáveis e como as mesmas irão responder as mudanças ambientais.