Equações de biomassa e estoques de carbono de seis espécies em plantios mistos no noroeste do Mato Grosso

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Robortella, Henrique Simionato
Orientador(a): Ferraz, João Baptista Silva
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa de Pós-Graduação: Ciências de Florestas Tropicais - CFT
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/5103
http://lattes.cnpq.br/5219306860748443
Resumo: Em tempos de discussões sobre o aquecimento global e mudanças climáticas, projetos de restauração ambiental que visam a fixação do CO 2 atmosférico na biomassa vegetal são essenciais no combate ao aumento da concentração de gases de efeito estufa. Um método bastante eficiente para seqüestrar o carbono da atmosfera é por meio de reflorestamentos e quantificação da biomassa e do carbono destes estandes. Os objetivos deste trabalho foram desenvolver técnicas de quantificação da biomassa de diferentes espécies arbóreas, compreender a distribuição e armazenagem do carbono dentro da biomassa das árvores, identificar como as diferentes espécies alocam a bioenergia produzida pela fotossíntese e avaliar o potencial dos reflorestamentos da Fazenda São Nicolau. Tais reflorestamentos foram realizados no âmbito do Projeto Poço de Carbono – uma iniciativa da Peugeot/PSA com o apoio da ONF, UFMT e SEMA-MT. Trata-se de plantios florestais em grande escala, com 1.742 ha de pastagens antigas reflorestadas com quase 50 espécies florestais. Para alcançar o objetivo, foram testados diferentes modelos alométricos, e geradas equações específicas das espécies arbóreas Syzygium cumini (L.) Skeels – Jamelão, Cedrela odorata L. – Cedro-rosa, Tabebuia chrysotricha (Mart. ex A.DC.) Standley – Ipê-amarelo-cascudo, Tabebuia aurea (Manso) Benth. & Hook.f. ex S.Moore – Ipê-amarelo, Schinus terebinthifolius Raddi – Aroeira e Ceiba speciosa (A.St.-Hil.) Ravenna – Paineira. Também foram testados modelos alométricos que englobassem todas as seis espécies. Foram avaliadas diferentes variáveis independentes: DAP, altura total, altura de fuste e largura de copa, em relação à variável dependente: biomassa total. Na coleta das amostras, foram derrubados 10 indivíduos por espécie, com DAP mínimo de 10 cm e idades entre 7 e 10 anos, e mensurados o peso de cada um dos compartimentos (folhas, galhos finos, galhos grossos, troncos e raizes). Os compartimentos tiveram determinado seu teor de umidade, densidade e teores de carbono e nitrogênio. As equações de biomassa foram aplicadas ao Inventário Florestal Anual (2009) da Fazenda, e então foi quantificado o estoque de biomassa total das seis espécies no reflorestamento. A partir dos teores de carbono foi calculado o fator de conversão biomassa- carbono, para quantificação dos estoques de carbono (em CO 2 -equivalente) das espécies. Foram encontrados como resultados as melhores equações de biomassa total para as espécies baseadas no modelo B=a·DAP b (power function). As médias do teor de carbono foram, no geral, semelhantes entre compartimentos e entre espécie, com exceção da espécie S. terebinthifolius, que apresentou teor de carbono maior que as outras. A média geral de teor de carbono foi 47,2% da biomassa. Foi analisada a relação C/N dos compartimentos e encontrados baixos valores nas folhas, seguido de galhos finos e raízes e, os maiores valores nos troncos e galhos grossos. Os estoques de biomassa e carbono das seis espécies, que correspondem a 11,72% da área basal de todo reflorestamento de 10 anos e 1.742 ha, foram, respectivamente, 3.798 t e 1.799 t. As espécies foram também avaliadas quanto a distribuição da biomassa nos compartimentos e foram identificados três diferentes comportamentos entre as seis espécies, havendo aquelas que priorizam a alocação da biomassa na copa, e outras na madeira, e estas últimas, secundariamente na copa ou raízes. Por último foram criadas situações hipotéticas de plantio puro das espécies para que pudessem ser avaliadas quanto aos estoques de biomassa por hectare e comparadas com plantios puros de espécies mais comumente usadas. As espécies S.cumini e S. terebinthifolius apresentaram os melhores estoques por unidade de área. Concluiu-se que o reflorestamento de 10 anos das espécies estoca apenas 5% da biomassa total da floresta, sendo as principais estocadoras as espécies Syzygium cumini e Schinus terebinthifolius. Também foram identificadas diferentes arquiteturas entre as espécies e diferentes efeitos das variáveis independentes testadas sobre as equações específicas.