Resposta da mastofauna às atividades humanas: Avaliação do impacto de atividades de subsistência em uma Reserva de Desenvolvimento Sustentável, Amazônia Central.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Ilha, Renata
Orientador(a): Baccaro, Fabrício B.
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa de Pós-Graduação: Ecologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/12029
http://lattes.cnpq.br/0998906639594018
Resumo: A fauna da Amazônia está sendo ameaçada por diversas atividades humanas. Agricultura mecanizada e sobre-caça são duas das principais ameaças nos trópicos. A maior porção de floresta convertida para agricultura mecanizada está no "arco do desmatamento" na região de contato do bioma Amazônia com demais biomas do Brasil e em parte da Amazônia Oriental. Na Amazônia ocidental, no entanto, prevalecem pequenas porções de terras convertidas em plantações de subsistência. Caça de subsistência, por outro lado, é uma das formas mais comuns de extração de recursos não madeireiros nas florestas tropicais, sendo uma ameaça importante para a fauna, especialmente para espécies cinegéticas. As comunidades tradicionais da Amazônia têm a caça de subsistência e a agricultura familiar como principais fontes de alimento, juntamente com a pesca. Neste cenário, as Reservas de Desenvolvimento Sustentável, incorporadas em 2000 no Sistema Nacional de Unidades de Conservação, permite aos seus moradores realizar legalmente atividades de subsistência, como caçar e converter pequenas quantidades de terra para a agricultura familiar. Aqui, nós avaliamos como 16 espécies de mamíferos terrestres respondem aos efeitos de agricultura e caça de subsistência em uma Reserva de Desenvolvimento Sustentável na Amazônia Central. Para isso, nós monitoramos a atividade diária de caça por 13 anos através do Sistema de Monitoramento de Uso da Fauna (SMUF), amostramos mamíferos terrestres com armadilhas fotográficas em 160km ², e mapeamos a atividade de agricultura de subsistência ao longo de 22 anos através de imagens de satélite. Nossos principais resultados mostraram que a maioria das espécies de caça estão negativamente relacionadas com a intensidade da caça, embora três espécies intensamente caçadas não respondam à caça. Embora com estabilidade espacial aparentemente menor do que a caça, a agricultura de subsistência parece ser menos importante para determinar a presença de espécies de mamíferos, sendo positivamente relacionada com a presença de duas espécies, e negativamente à três espécies. Nossos resultados destacam a importância de compreender o efeito das atividades de subsistência praticadas por comunidades tradicionais na Amazônia brasileira e indica a realização de planos de gestão integrados para manter o uso sustentável dos recursos florestais e a segurança alimentar destas populações a longo prazo. No segundo capítulo, nós abordamos a presença rara de uma espécie não cinegética de pequeno felino em áreas de agricultura familiar, e sugerimos seu status de conservação no bioma Amazônia.