Efeitos a longo prazo da perda de habitat e da caça sobre mamíferos de médio e grande porte na Amazônia Central

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Sampaio, Ricardo
Orientador(a): Lima, Albertina Pimentel
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa de Pós-Graduação: Ecologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/11908
http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4704560J6
Resumo: A fragmentação florestal é uma das mais penetrantes ameaças para florestas tropicais, principalmente na floresta Amazônica. Apesar de efeitos negativos, algumas espécies de mamíferos podem persistir em remanescentes florestais. Em adição à redução e à subdivisão de populações, a persistência de mamíferos é afetada pela pressão de caça em fragmentos florestais, agravada pelo crescimento populacional humano nestas áreas. Este estudo avaliou, por meio de duas abordagens, o papel de fragmentos florestais como unidades conectoras entre paisagens para médios e grandes mamíferos. Por meio de levantamentos diurnos, noturnos e procura por rastros em três áreas (Floresta contínua, Floresta em fragmentação e Fragmentos florestais isolados a longo prazo por savana) no oeste do estado do Pará, próximo à rodovia BR-163 na Amazônia Central, comparei os efeitos da perda do habitat e da caça tanto distribuição de espécies nestas três áreas, como em 16 fragmentos florestais isolados por savana. Na primeira abordagem, os resultados indicam que, baseado em entrevistas, algumas espécies se extinguiram antes mesmo dos efeitos da perda do habitat, exceto em fragmentos florestais, provavelmente devido ao histórico de caça e perturbação da área. Constatei que a diversidade diminui com a perda do habitat, e o conjunto de espécies em fragmentos florestais foi uma subamostra das áreas mais íntegras. Entretanto, entre as nove espécies mais registradas nas três áreas, seis delas são tão incidentes em fragmentos florestais quanto nas áreas menos alteradas, incluindo quatro espécies (veado cinza, catitu, tatu galinha e guariba) consumidas por moradores locais. Contudo, as características de fragmentos florestais isolados por savana (tamanho, a densidade de árvores e a intensidade de caça) não afetam a distribuição de espécies, incluindo aquelas consumidas por moradores locais. Apesar do efeito negativo da perda do habitat, estes resultados mostram que estas manchas têm seu papel para abrigar um subconjunto de espécies, mesmo que temporariamente, da diversidade total de uma região, e que até os menores fragmentos florestais podem constituir unidades conectoras entre extensas unidades de conservação. Além disso, com um plano de manejo adequado, parte desta fauna pode complementar a subsistência de moradores locais. Esta situação é possivelmente um cenário futuro para a Amazônia, principalmente nas áreas sob influência da BR-163 e outras rodovias que estão sofrendo severos desflorestamentos e aumento da ocupação humana.