Caracterização das respostas comportamentais, por meio de Descargas do Órgão Elétrico (DOEs), de duas linhagens de peixes elétricos do gênero Microsternarchus (Gymnotiformes) quando expostas a diferentes regimes de sinais interferentes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Petersen, Thiago Alexandre
Orientador(a): Gomes, José Antônio alves
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa de Pós-Graduação: Biologia de Água Doce e Pesca Interior - BADPI
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/11353
http://lattes.cnpq.br/5279716269937041
Resumo: Gymnotiformes é uma ordem de peixes unicamente presentes na região neotropical, tendo o ápice de sua diversidade concentrado na região amazônica. A característica mais marcante deste grupo é a sua capacidade de gerar e perceber campos elétricos, sendo que, em conjunto, compõem o Sistema Eletrogênico e Eletrosensório. As descargas de Órgão Elétrico (DOE) são altamente precisas e coordenadas por um Núcleo Marca-passo (NM) presente na medula do peixe que, por sua vez, recebe informações para aumentar ou diminuir seu ritmo de outras duas regiões cerebrais. Em peixes elétricos, o comportamento de Jamming Avoidance Response (JAR) ocorre quando existe uma interferência entre as DOEs, levando os indivíduos envolvidos a se adaptar ao sinal interferente. Microsternarchus é um gênero da ordem Gymnotiformes, supostamente monotípico, classificado como peixe elétrico pulsador, apresentando pelo menos 4 linhagens e outras 8 sub-linhagens com elevadas diferenças moleculares. No presente trabalho foram realizados experimentos para se analisar e comparar o JAR e outras modulações da DOE entre duas linhagens de Microsternarchus. Não foram encontradas linhagens distintas entre os peixes experimentados, apenas sub-linhagens da linhagem C. Os resultados mostraram que as sub-linhagens se diferenciam em suas DOEs e mesmo em seus modelos de JARs. As principais diferenças entre as sub-linhagens foram vistas nas variáveis relacionadas às frequências, além de que machos apresentaram maior número de chirps e algumas fêmeas apresentaram interrupções abruptas em suas DOEs. Foram então relatados e descritos comportamentos de fase e de frequência para o JAR dos indivíduos experimentados, sendo estes comparados aos modelos experimentais realizados. Por fim, as modulações da DOE observadas foram relacionadas à neurofisiologia do controle do NM de outras espécies de Gymnotiformes. Concluiu-se, que: as linhagens, assim como o sexo, apresentam algumas diferenças mensuráveis em seus modelos de JARs; que o gênero estudado apresenta características em comum no JAR e nas suas modulações com outros gêneros da ordem Gymnotiformes; e que o gênero estudado compartilha, em parte, mecanismos de controle do NM com outros gêneros de peixes elétricos pulsadores e até mesmo onduladores.