Revisão da espécie Apteronotus albifrons (Teleostei: Gymnotiformes) na América do Sul: estudo filogeográfico
Ano de defesa: | 2019 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Evolução |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/5799 |
Resumo: | A espécie Apteronotus albifrons (Linnaeus, 1766), peixe elétrico neotropical, apresenta uma ampla distribuição desde o Suriname até o sul do Brasil, ocorrendo em bacias hidrográficas que se encontram separadas há mais de 10 milhões de anos. Este tempo, em termos evolutivos, seria suficiente para haver alguma diferenciação entre estas populações. Tal espécie faz parte de um complexo de espécies muito semelhantes morfologicamente, distinguíveis umas das outras por sutis diferenças em sua pigmentação corporal. As publicações sobre este grupo tem se voltado à descrição de novas espécies ao invés de revisar as já conhecidas, faz falta na literatura uma revisão taxonômica atualizada de A. albifrons. Para compreender melhor a variabilidade morfológica e genética destas populações de A. albifrons de acordo com sua distribuição geográfica, o presente trabalho teve como objetivos: efetuar uma revisão anatômica da espécie, utilizar dados morfológicos e moleculares para verificar se tais populações de fato pertencem a uma única espécie, propôr uma hipótese filogeográfica para explicar sua distribuição peculiar e contar sua possível história evolutiva. Para tal, examinou-se a morfologia externa de espécimes identificados como A. albifrons de diversas coleções ictiológicas, fez-se radiografias para análises osteológicas, sequências do gene de DNA mitocondrial COI foram utilizadas para verificar a variabilidade genética de acordo com sua localidade de procedência e propôr uma hipótese filogeográfica que explique tal variabilidade. Houve diferenças morfológicas entre os espécimes, principalmente em relação a tamanhos e pigmentação corporal, porém de forma geral estas não seguem um padrão geográfico. Alguns dos espécimes examinados apresentaram características diagnósticas de outras espécies, entretanto o mais comum foram combinações aparentemente aleatórias entre características de A. albifrons e A. caudimaculosus. Observou-se também um novo morfotipo presente na bacia do Paraná-Paraguai, possivelmente pertencente a uma nova espécie. As análises moleculares corroboraram com a hipótese de, apesar da ampla distribuição, as populações analisadas pertencerem a uma mesma espécie com haplótipos geograficamente distintos. Possivelmente tais populações se originaram de uma população ancestral que habitava a bacia do Paleo Amazonas-Orinoco e teria sofrido ao longo de sua evolução eventos de vicariância relacionados ao estabelecimento do atual fluxo dos Rios Amazonas e Orinoco no Mioceno Superior e à formação de mares epicontinentais que se teriam isolado alguns complexos hidrícos entre 5 e 4,2 Ma atrás. Os resultados do presente trabalho mostraram haver problemas taxonômicos importantes em A. albifrons e demais espécies deste complexo. Embora seja provável haver falhas na identificação de alguns dos lotes analisados, os limites entre a variabilidade morfológica inter e intra-específica são confusos, sendo necessários maiores estudos para definir com clareza quem é A. albifrons, confirmar a validade taxonômica de outras espécies descritas nas últimas décadas e compreender a evolução não apenas da espécie estudada no presente trabalho, mas também das demais. Ainda há muito a ser compreendido sobre a evolução destas espécies para que tal problemática possa ser resolvida. |