Efeito do hormônio gonadotrófico na maturação gonadal e na descarga do órgão elétrico no gênero Microsternarchus (Gymnotiformes:Hypopomidae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Vargas, Jannise Ingrid Chong
Orientador(a): Gomes, José Antônio Alves
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa de Pós-Graduação: Biologia de Água Doce e Pesca Interior - BADPI
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/11302
http://lattes.cnpq.br/9343021013521653
Resumo: Os peixes da Ordem Gymnotiformes estão distribuídos pela América Central e do Sul, tendo sua concentração e maior diversidade na região Amazônica. Caracterizam-se pela presença de órgãos especializados que geram e detectam eletricidade denominados, respectivamente, órgãos elétricos (OE) e eletroreceptores que, em conjunto, compõem o Sistema Eletrogênico e Eletrosensório (SEE). Os peixes deste grupo podem ser classificados, pelo tipo de sua descarga do órgão elétrico (DOE), em dois grupos: peixes com descargas tipo pulso (pulsadores) e peixes com descargas tipo onda (onduladores). Microsternarchus é um gênero monotípico da ordem Gymnotiformes com DOE do tipo pulso, congregando pelo menos quatro linhagens e oito sub-linhagens com alto grau de divergência genética. No presente trabalho foram realizados experimentos de indução gonadal com o produto Ovaprim®, sob dois tratamentos: o primeiro com uma dose intramuscular única de 0,5 μl/g e o segundo tratamento com doses parceladas, sendo a primeira de 0,5 μl/g e outra dose de 0,5 μ/g 72 horas depois. Estas induções tiveram o objetivo de analisar o efeito do hormônio na maturação sexual dos peixes em cativeiro e as respectivas variações nas características das Descargas do Órgão Elétrico (DOE), comparando-se os resultados entre os sexos, sob os dois tratamentos. Todos os indivíduos usados pertenceram a uma mesma linhagem (C) e, dentro dela, três sub-linhagens (C1, C2 e C5) foram identificadas, por meio do DNA Barcode. As sub-linhagens C1 e C2 já haviam sido descritas, enquanto C5 foi descoberta neste estudo. Cada linhagem parece estar associada a um determinado afluente do rio Negro. Nas gravações das DOE antes e depois de cada tratamento pode-se evidenciar o efeito do tratamento hormonal em algumas das variáveis medidas, mas não em todas, de acordo com o sexo. Ficou evidente que a linhagem C de Microsternarchus possui uma DOE com três fases e tem uma ampla distribuição no baixo rio Negro. Conclui-se, com base nos dados dos índices gonadossomáticos (IGS) e parâmetros das DOE, que ambos os tratamentos provocaram o início da maturação gonadal, tanto nos machos como nas fêmeas de Microsternarchus, mas o tempo total de cada tratamento foi insuficiente para permitir a maturação completa das gônadas, bem como um dimorfismo sexual acentuado das DOE. O efeito do hormônio (estádio de maturação alcançado) foi ligeiramente diferente para machos e fêmeas, em função do tratamento.