O papel da serrapilheira na emergência de plântulas herbáceas de terra firme, Amazônia central, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Rodrigues, Flávio Rogério de Oliveira
Orientador(a): Costa, Flávia Regina Capelloto
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa de Pós-Graduação: Ecologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/11991
http://lattes.cnpq.br/1046499017341869
Resumo: As relações entre variáveis topográficas e distribuição de ervas são amplamente reconhecidas, porém poucas hipóteses têm sido levantadas para explicar resultados obtidos. Uma das hipóteses levantadas a respeito da distribuição de pteridófitas na Amazônia Central é que a serrapilheira seria um mediador que explicaria a maior riqueza de espécies e maior densidade de tais espécies em áreas inclinadas. Conduzimos um estudo na Reserva Ducke, em Manaus, Brasil, para testar tal hipótese para todas as ervas de subbosque, manipulando experimentalmente a quantidade de serrapilheira no campo. Utilizamos 30 parcelas, distribuídas em uma área de 25 Km2 de uma floresta tropical úmida, com 5 blocos de manipulação por parcela. Cada bloco foi composto por sub-parcelas de adição de serrapilheira, controle e exclusão de serrapilheira. Medimos a profundidade (abril e setembro/ 2010) e massa seca (março/ 2010) de serrapilheira, além de quantificar os indivíduos reprodutivos nas parcelas. Conduzimos a observação de emergência de plântulas herbáceas durante 10 meses (dezembro/2009 a setembro/2010). A medida de profundidade da serrapilheira na estação chuvosa foi negativamente relacionada à inclinação do terreno, mas não diferiu em relação ao teor de argila no solo. As medidas de massa seca, na estação chuvosa, e profundidade da serrapilheira na estação seca não foram correlacionadas com a inclinação do terreno nem com o teor de argila. Observamos que emergência de plântulas foi maior nos tratamentos de exclusão de serrapilheira, tanto na emergência absoluta de plântulas quanto na emergência oriunda de propágulos pequenos, não sendo significativamente diferente dos tratamentos controle e de adição de serrapilheira, em relação a emergência de plântulas oriunda de propágulos médios e grandes. A argila esteve relacionada com a emergência de todos os grupos de propágulos e na emergência absoluta de plântulas, porém a direção da resposta em relação ao teor de argila variou entre os grupos de propágulos. A presença de indivíduos frutificando na parcela foi o melhor preditor para emergência de plântulas oriundas tanto de propágulos médios quanto grandes. Os resultados estão de acordo com a idéia que propágulos muito pequenos são mais afetados pela barreira física imposta pela serrapilheira e que ervas aparentemente dispersas por formigas apresentam dispersão espacialmente limitada. Além disso, um sistema de circulação de ar direcional associado com a menor acumulação de serrapilheira em áreas inclinadas são aparentemente os maiores responsáveis pelo padrão de maior riqueza e densidade de pteridófitas nestes ambientes. Estudos experimentais em campo que abordem a dispersão de esporos e ligados a adição de sementes são necessários para testar as hipóteses alicerçadas no presente estudo.