Caracterização morfofuncional e mobilização de reservas primárias durante a germinação e o crescimento inicial de plântulas de Hevea brasiliensis (Willd. Ex Adr de Juss.) Muell. Arg.
Ano de defesa: | 2017 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
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Programa de Pós-Graduação: |
Ciências de Florestas Tropicais - CFT
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/5133 http://lattes.cnpq.br/0527255323308636 |
Resumo: | Considerando os avanços dos estudos com Hevea brasiliensis e a implementação de programas de melhoramento, a propagação desta espécie tem sido recomendada pelo emprego da enxertia. Entretanto, os estudos com sementes completas ou partes delas (embriões) não devem ser negligenciados uma vez que, mantendo a utilização dos clones para aperfeiçoar a produção, pesquisas de caracterização genética, bioquímica e funcional, além do vigor e da sanidade do material propagado podem contribuir para verificar a formação completa das plantas por via sexuada (germinação das sementes) e assexuada (cultivo de embrião in vitro) visando a seleção de indivíduos mais equilibrados em termos de rusticidade e produção. Assim, o objetivo desse trabalho foi investigar as implicações da morfologia e origem das sementes de H. brasiliensis sobre a germinação e a formação das plântulas, do ponto de vista morfológico, histoquímico, fisiológico e bioquímico. As sementes utilizadas foram categorizadas como oriundas de matrizes selvagens e de clone e foram coletadas nos municípios de Altamira-Pa e Belterra-Pa, respectivamente. As sementes após assepsia foram submetidas às análises morfológicas, fisiológicas e bioquímicas, além do cultivo "in vitro". Do ponto de vista morfológico, as sementes de H. brasiliensis selvagens e de clone apresentaram diferenças quanto ao tamanho e coloração, sendo as sementes selvagens maiores e de coloração mais escuras. Quanto à morfologia da germinação, não apresentaram diferenças. Considerando a viabilidade das sementes, as mesmas não apresentaram diferenças nos teores de umidade, provavelmente, devido à alta umidade as sementes apresentaram proliferação de fungos, Aspergillus sp. e Penicillium sp., que causam deterioração em sementes. Em relação à fisiologia da germinação, as sementes apresentaram padrão trifásico, porém com diferenças em relação à velocidade de embebição, sendo que as sementes selvagens absorveram água de forma mais lenta do que o clone, quanto ao ganho de massa fresca das sementes não houve diferença. Do ponto de vista bioquímico, a constituição das reservas foi similar tanto para sementes selvagens, quanto para de clone. Dentre os metabólitos primários, os lipídeos, correspondem às reservas majoritárias estocadas no endosperma de sementes da espécie H. brasiliensis selvagem e clone e foram mobilizados durante a germinação e o crescimento inicial das plântulas. Nas sementes selvagens e clone as proteínas também foram mobilizadas durante a germinação e crescimento inicial de plântulas. As proteínas solúveis foram mobilizadas no início da germinação e exibiram bandas proteicas nas faixas de 7 a 30 kDa que podem estar associadas as principais proteínas de síntese do látex. As reservas de açúcares solúveis foram mobilizadas mais intensamente no início da germinação e o amido no início do crescimento inicial das plântulas. Nas sementes selvagens e clone os nutrientes fósforo (P) e o potássio (K) foram mobilizados no início da germinação e crescimento inicial de plântulas, cálcio (Ca) são mobilizados no início da germinação e, nitrogênio (N) e magnésio (Mg) durante o crescimento inicial das plântulas. Quanto aos micronutrientes, o ferro (Fe) foi mobilizado no início da germinação e crescimento inicial das plântulas, manganês (Mn) é pouco mobilizado durante a germinação e o zinco (Zn) é mobilizado no início do crescimento inicial das plântulas. As sementes selvagens e clone apresentaram comportamento e estratégias distintas de mobilização dos metabólitos primários e minerais durante a germinação e crescimento inicial das plântulas. As estruturas morfológicas das plântulas in vitro, hipocótilo, parte radicular (raiz primária e secundária), epicótilo e eofilos apresentam tamanhos diferentes quando comparadas a estas mesmas estruturas das sementes germinadas em areia. O cultivo de embriões zigóticos apresentaram porcentagens de germinação próximas às sementes germinadas em areia, fato que pode tornar vantajosa a propagação da espécie em larga escala. Os protocolos de desinfestação foram eficazes para a baixa contaminação dos embriões. Maior média de comprimento de parte aérea foi em meio de cultivo com reguladores de crescimento BAP e parte radicular, com regulador de crescimento AIA. Os maiores teores de proteínas na parte aérea e radicular foram observadas no meio de cultivo MS e com regulador AIA. Os tecidos de plântulas de H. brasiliensis, parte aérea e radicular exibiram bandas proteicas nas faixas de 7 a 30 kDa, que podem estar associadas as principais proteínas de síntese do látex. Considerando os resultados obtidos neste trabalho sugere-se que é possível se produzir plântulas saudáveis e com perspectivas de inferir sobre o início da síntese de látex com foco em futuros estudos destas biomoléculas. |