Caracterização citomorfológica da seringueira [Hevea brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss.) Muell. Arg.]

• Ano de defesa: 1997
• Autor(a) principal: Cuco, Sílvia Marina
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
• Palavras-chave em Português: CARACTERIZAÇÃO; CITOLOGIA VEGETAL; MORFOLOGIA VEGETAL; SERINGUEIRA
• Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11137/tde-20200111-143556/

A seringueira, apesar de sua importância pela produção de borracha natural, é pouco estudada, especialmente em aspectos básicos como citogenética e biologia reprodutiva e isto deve-se, em parte, à dificuldade em se trabalhar com tal espécie arbórea. Porte alto, longos períodos de imaturidade e ciclo biológico, baixa produção de frutos, sementes recalcitrantes, são alguns dos fatores limitantes. O presente estudo teve como objetivo investigar aspectos citogenéticos ( caracterização de cromossomos . somáticos e análise da macrosporogênese ), morfológicos ( estudo da morfologia floral e taxa de hermafroditismo) e fisiológicos ( enraizamento de plantas jovens em meio líquido e de ápices caulinares in vitro ), em Hevea brasiliensis. Três clones foram estudados, RRIM 527, RRIM 600 e GT l (macho-estéril). Os cromossomos somáticos foram avaliados por técnicas citológicas convencionais e bandamento C. Foram detectadas algumas regiões heterocromáticas. Através de metodologia de clareamento de óvulos usando salicilato de metila, observou-se que a macrosporogênese é normal, nos três clones, culminando com a formação de sacos embrionários octanucleados. A técnica permitiu a observação de grande número de óvulos e nenhuma irregularidade meiótica foi detectada. As alterações observadas ( como exceções) foram morfológicas. Botões florais com morfologia externa de femininos foram analisados sob microscopia eletrônica de varredura quanto à sua estrutura. Os resultados mostraram que do total de flores avaliadas, 71,49% eram hermafroditas e 28,51 % exclusivamente femininas. As flores hermafroditas possuem ovário normal em cuja base as anteras dispõem-se, circundando-o completa ou parcialmente. Tais anteras são geralmente menores que as normais, mas em grande parte funcionais e com grãos de pólen. Do total de flores hermafroditas, 29,83% apresentou anteras residuais e 71,17% estames desenvolvidos. Ensaios de enraizamento de plantas de seis e 18 meses de idade foram realizados em quatro tipos de meio líquido (solução de Sarruge e água, com e sem fornecimento de NAA). Os resultados mostraram que água, com borbulhamento contínuo de ar, foi o melhor meio e grande quantidade de raízes foi obtida nos dois tipos de plantas. Fornecimento de NAA, mesmo em baixas dosagens, inibiu o enraizamento. Ápices caulinares de diferentes origens foram utilizados em ensaios de enraizamento in vitro mas somente aqueles obtidos de plântulas recém germinadas mostraram bons resultados. Foi determinado um protocolo de estabelecimento e enraizamento usando-se este tipo de material como explante.