Citogenética da seringueira [Hevea brasiliensis (willd. Ex. Adr. De juss.) Muell. Arg.]

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1992
Autor(a) principal: Cuco, Silvia Marina
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11137/tde-20190821-124306/
Resumo: A seringueira, apesar da grande importância de seu produto comercial, o látex, é muito pouco estudada e conhecida, especialmente em aspectos básicos, como a genética da espécie. O presente estudo foi idealizado com a finalidade de se obter informações sobre a biologia floral e o comportamento cromossômico, tanto na meiose como na mitose, na intenção de um melhor conhecimento da espécie. Através da análise de cortes histológicos de botões florais foi realizado um estudo sobre a biologia floral, ou seja, a organização interna das flores, em 13 clones de H. brasiliensis, a saber: GT 711, PR 107, AVROS 1328, Fx 25, RRIM 526, Tjir 16, IAC 1, RRIM 600, IAN 2652, IAC 2, PB 86, IAN 2813 e Tjir 1. Observou-se que as flores masculinas possuem dez estames divididos em dois verticilos, circundando o andróforo, com anteras bilobadas e tetraloculadas. Como exceções observaram-se flores com seis estames em um plano e anteras hexaloculadas. A estrutura típica da flor feminina consta de um ovário triloculado, contendo em cada carpelo um único óvulo onde se forma o saco embrionário. Como alterações observaram-se ovários tetraloculados e lóculos com dois óvulos. Observou-se que 25,81% das flores dos clones GT 711, AVROS 1328, PR 107 e Tjir 16 eram, na realidade, hermafroditas, em cuja estrutura os estames circundam o ovário. Nos clones Fx 25 e RRlM 526 as flores são sempre unisexuadas. As flores masculinas são sempre exclusivamente masculinas, em todos os clones. Os resultados mostram evidências de ocorrência de protandria em seringueira, uma vez que nas flores hermafroditas analisadas os grãos de pólen já estavam maduros enquanto as células-mães dos sacos embrionários ainda estavam em prófase I. Além disso, como os botões florais foram estudados antes da antese, há a possibilidade de tais clones serem cleistogâmicos. A O estudo da microsporogênese mostrou que a meiose se dá de forma normal, com 18 bivalentes na metáfase I e formação de tétrades normais. Na microsporogênese também não foi detectada nenhuma irregularidade meiótica, em algumas das fases observadas. No presente estudo foram também realizadas contagens cromossômicas em pontas de raízes dos clones RRlM 513, RRlM 509, C 297, PR 107, Tjir 16, RRlM 526, GT 711, AVROS 1328 e lAC 2. Os resultados obtidos mostram um numero de 2n=36 cromossomos somáticos em todos os materiais, sem alterações significativas no ciclo meiótico. Como exceções, as irregularidades foram células com número duplicado de cromossomos e em grande contração ("pulverizados"), células com os cromossomos excessivamente compactados e ocorrência de "laggards". Dos resultados obtidos conclui-se também que todos os materiais estudados apresentam mitose e meiose normais e, consequentemente, não há problemas de fertilidade. Portanto, as altas taxas de abscisão de flores e frutos têm causa citogenética mas possivelmente fisiológica