Alterações fisiológicas e bioquímicas em sementes de seringueira [Hevea brasiliensis (WILLD. EX ADR. DE JUSS.) MÜELL.-ARG.] durante o desenvolvimento e o armazenamento

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Souza, Genaina Aparecida de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/6827
Resumo: Sementes recalcitrantes como as de seringueira não toleram baixas temperaturas no armazenamento e nem ser secas a baixos teores de umidade, o que dificulta o seu armazenamento. Além disso, há poucos estudos sobre o seu processo de desenvolvimento e maturação. Objetivou-se estudar as alterações bioquímicas, fisiológicas e anatômicas durante o desenvolvimento das sementes de seringueira bem como seu comportamento durante o armazenamento. O estudo foi desenvolvido em duas etapas, a primeira relacionada ao desenvolvimento das sementes, que foi desenvolvido na Fazenda Experimental da Epamig em Oratórios-MG e nos Laboratórios de Anatomia, de Análise de Sementes da Universidade Federal de Viçosa. O desenvolvimento das sementes foi acompanhado pela marcação de flores durante a antese. A coleta dos frutos ocorreu a partir dos 15 dias após a antese (DAA), até a deiscência dos frutos. A cada 15 dias, foram feitas avaliações do tamanho dos frutos e das sementes, matéria seca, grau de umidade, emergência de plântulas, índice de velocidade de emergência, proteínas resistentes ao calor, enzimas do estresse oxidativo e teor de compostos de reserva das sementes. Os dados de germinação e índice de velocidade de emergência foram submetidos à análise de variância, teste de Tukey e regressão. A maturidade fisiológica das sementes de seringueira ocorreu aos 175 DAA, quando se obteve o máximo conteúdo de massa seca. Maiores porcentagem e velocidade de germinação foram obtidas em sementes colhidas aos 175 DDA e 180 DAA (sementes já dispersas). Aos 175 e 180 DAA, houve maior expressão de proteínas resistentes ao calor de baixo peso molecular (smHSP) e maior atividade das enzimas do estresse oxidativo. O maior acúmulo de compostos reserva nas sementes de seringueira ocorreu próximo à dispersão, tanto no endosperma quanto nos cotilédones e eixo embrionário. Foram observadas adaptações anatômicas que contribuem para manutenção de altas taxas metabólicas ao final do desenvolvimento das sementes, o que favoreceu o consumo dos compostos de reserva, fazendo com que o embrião não apresente dormência. Na etapa relacionada ao armazenamento, as sementes foram acondicionadas em embalagem de papel kraft colocadas em sacos plásticos e armazenadas a 10 oC, 20 oC ou 25 oC, tratadas ou não com fungicidas químicos, Tecto 600 (35 g /100Kg semente), em associação ao Captan (75g/ 100Kg sementes) ou com alecrim (20g/Kg sementes), em delineamento fatorial 3x3x5 (tratamento, temperatura e período de armazenamento) . A cada 15 dias, foram realizadas avaliações quanto às alterações físicas, fisiológicas, bioquímicas e anatômicas. Os dados foram submetido a análise de variância, teste de Tukey e regressão, quando necessário. As sementes de seringueira armazenadas em temperatura de 10 oC apresentaram maior viabilidade e crescimento de plântulas do que aquelas armazenadas em temperaturas de 20 oC e 25 oC, possivelmente por apresentarem maior teor de compostos de reserva ao final do armazenamento. A redução na atividade das enzimas do estresse oxidativo afetou negativamente a viabilidade das sementes e o tratamento com fungicida químico apresentou fitotoxidez às sementes. Portanto, as sementes de seringueira utilizadas neste estudo, atingiram o ponto de maturação fisiológica aos 175 dias após antese (DAA) e quando armazenadas a 10 oC apresentaram viabilidade até 75 dias.