Mudanças fisiológicas associadas à pré-aclimatação em quatro espécies florestais da Amazônia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Azevedo, Gracilene Fernandes da Costa
Orientador(a): Marenco, Ricardo Antonio
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa de Pós-Graduação: Botânica
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/12806
http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4751073T6
Resumo: Informações sobre os aspectos silviculturais e ecofisiológicos da maioria das espécies arbóreas para programas de reflorestamento, conservação ou recuperação de áreas degradadas são ainda limitadas. A radiação solar é um dos principais fatores que influenciam a sobrevivência, o crescimento e o desenvolvimento dos vegetais. Todavia, a natureza da resposta morfogênica pode variar, consideravelmente, entre espécies, de acordo com a capacidade de aclimatação, assim como as mudanças fisiológicas observadas em espécies florestais sob estresse hídrico. O objetivo geral foi obter informações de como as mudas de Bertholletia excelsa, Carapa guianensis, Swietenia macrophylla e Hymenaea courbaril respondem a alterações no ambiente físico durante o processo de aclimatação. As trocas gasosas, a área foliar específica (AFE), a fluorescência da clorofila a (relação Fv/Fm), a taxa de sobrevivência, o incremento mensal em altura e diâmetro, os teores de nutrientes foliares e a produção da matéria seca foram avaliados ao final do experimento (30+120 dias) em seis tratamentos independentes de pré-aclimatação a luz solar plena (TPS) (0, 90, 180, 360, 540 e 720 min) e dois tratamentos hídricos (TH): mudas mantidas na capacidade de campo, chamado de sem estresse hídrico (SE) e mudas submetidas à restrição hídrica, chamado de com estresse hídrico moderado (CE). A maior média da fotossíntese máxima (Amax) foi encontrada em C. guianensis e S. macrophylla em condições de CE. A velocidade máxima de carboxilação da Rubisco (Vcmax25) e a taxa máxima de transporte de elétrons (Jmax25) foram maiores no ambiente a pleno sol do que sob sombreamento em todas as espécies estudadas. Os valores da AFE foram similares nos TPS, assim como nos TH em todas as espécies estudadas, já, em H. courbaril foram encontrados os maiores valores nas mudas sem estresse hídrico. A diminuição nos valores de Fv/Fm após a transferência para a luz solar plena mostrou a ocorrência de danos aos centros de reação do fotossistema II, sendo mais evidente em B. excelsa e H. courbaril sob condições de CE. A maior taxa de sobrevivência encontrada foi de 100% em C. guianensis do que nas outras espécies. Para H. courbaril as mudas submetidas ao tempo de pré-aclimatação de 720 min com estresse hídrico moderado, mostrou-se inadequado uma vez que nesse tratamento a taxa de sobrevivência foi de 0%. As taxas de incremento mensal em altura e diâmetro foram maiores em S. macrophylla do que nas outras espécies. Observou-se também que S. macrophylla teve seu crescimento reduzido quando exposta a baixa intensidade de luz (TPS = 0). A média dos valores de nitrogênio foliar nas espécies foi maior no tratamento com estresse hídrico moderado do que no sem estresse hídrico. Para o fósforo e o potássio os valores foram similares entre as espécies nos tempos de pré-aclimatação. Os conteúdos de cálcio e o magnésio foram maiores em S. macrophylla e C. guianensis do que em B. excelsa e H. courbaril. O acúmulo de biomassa total foi maior em S. macrophylla e C. guianensis. Nessas espécies o maior acúmulo de biomassa ocorreu no caule no experimento sem estresse hídrico (143,4 g planta-1) e na folha (27,2 g planta-1) respectivamente. Em geral, os resultados obtidos nesta pesquisa, indicam que C. guianensis e S. macrophylla apresentam potencial para serem testadas em experimentos de campo numa faixa mais ampla de condições ambientais e por apresentarem maior tolerância ao estresse hídrico.