Infecção experimental pela variante antigênica 3 do Lyssavirus rabies: imunopatologia de tecido renal e bexiga urinária de Mus musculus

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Pereira, Sara de Souza
Orientador(a): Casseb, Livia Medeiros Neves
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: MS/SCTIE/Instituto Evandro Chagas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://patua.iec.gov.br/handle/iec/6954
Resumo: A raiva é uma zoonose que apresenta um quadro clínico de encefalomielite viral aguda, progressiva e letal. A distribuição e a definição das características patológicas do vírus da raiva (RABV) em relação aos órgãos periféricos no decorrer da infecção ainda são limitadas. Estudos demonstram que há infecção pelo vírus em diferentes órgãos extraneurais como os rins e bexiga, sugerindo outras formas de eliminação do vírus, principalmente a partir da urina. Sendo assim, a proposta deste estudo foi identificar as alterações morfológicas e de lesões renais e da bexiga urinária durante a cinética da infecção experimental com a variante antigênica 3 (VAg3) do RABV em camundongos BALB/c. Para a avaliação histopatológica utilizaram-se as colorações de Hematoxilina e Eosina (HE), Ácido Periódico de Schiff (PAS) e o Tricromo de Masson (TM). Além disso, foi realizada imunomarcação de antígenos do RABV através da técnica de Imunohistoquímica para análise e quantificação da expressão viral durante os dias pós infecção (DPI). A partir disso, foram encontradas as seguintes alterações renais: edemas de túbulos contorcidos proximais e distais e nos glomérulos, inflamação intersticial, atrofia de tufo glomerular, diminuição da cápsula e espaço de Bowman, glicogênio nos túbulos, espessamento da cápsula de Bowman e fibrose intersticial. Enquanto na bexiga, apesar de apresentar alterações de congestão intersticial, edema de lâmina própria e infiltrados inflamatórios no urotélio, esses achados foram presentes tanto no grupo infectado quanto no veículo, portanto, não sendo possível inferir relação direta com a infecção pelo RABV. Ademais, a imunomarcação foi presente em todos os dias durante a cinética da infecção, sendo o 13º DPI com maior imunomarcação em ambos os tecidos, onde os rins apresentaram maior expressão viral. A presença viral massiva nos estágios iniciais da infecção, sugerem que a urina possa ser utilizada como amostra para diagnóstico antemortem sendo, portanto, uma amostra de menor grau de invasividade para coleta, do que a biopsia de tecido epitelial ou coleta de Líquido Cefalorraquidiano, preconizados para o diagnóstico laboratorial do RABV, assim como, para novas abordagens metodológicas.