Raiva na Amazônia legal no período de 1983 a 2021

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Silva, Jordana Dias da
Orientador(a): Coelho, Taciana Fernandes Souza Barbosa
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: MS/SVSA/Instituto Evandro Chagas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://patua.iec.gov.br/handle/iec/6946
Resumo: A raiva é uma doença causada pelo Rabies Lyssavírus ou vírus da raiva, descrita desde a antiguidade e com evolução fatal na grande maioria dos casos. A região amazônica é uma área endêmica para a ocorrência da raiva e foi cenário dos maiores surtos de raiva humana registrados na literatura mundial. Este estudo teve como objetivo realizar um levantamento dos casos de raiva humana e animal dos estados da Amazônia Legal, provenientes do Laboratório de Diagnóstico da Raiva da Seção de Arbovirologia e Febres Hemorrágicas, no período de 1983 a 2021. Trata-se de um estudo epidemiológico, ecológico, descritivo, retrospectivo, com abordagem quantitativa. Os resultados foram organizados em bancos de dados no Excel 2019, gerando tabelas e gráficos. Os mapas de distribuição espacial foram confeccionados com auxílio do software ArcGIS. No período de 1983 a 2021 foram identificados um total de 48.764 amostras de humanos (n=209) e animais (n= 48.555) examinados para diagnóstico de raiva, procedentes da Amazônia Legal. Do total de amostras, 61,24% (128) foram positivas em humanos e 3.601 (7,41%) em animais. Os bovinos foram os animais com a maior taxa de positividade total (38,08%) entre as espécies. O estado de Rondônia foi o mais prevalente no estudo, com 86% dos casos de raiva humana e 15,93% casos de raiva animal. Augusto Corrêa (PA) foi o município com maior ocorrência da raiva humana, enquanto Porto Velho (RO) apresentou com frequência casos de raiva animal. Foi identificado que o período de maior prevalência da raiva humana foi de 2004 a 2005, com todas as amostras provenientes do Estado do Pará e apresentando Variantes Antigênicas tipo 3, associada a morcegos hematófagos. Augusto Corrêa foi sede do surto de raiva transmitida por quirópteros ocorridos em 2005. Esta cidade tem como municípios limítrofes Viseu e Bragança e faz parte da mesorregião do nordeste paraense considerada área de importante circulação do vírus rábico. Com relação à raiva canina, apesar do grande número de amostras, o percentual de positividade foi de 7,98%, sendo mais prevalente na década de 1980. Comparando os mapas de distribuição espacial em animais domésticos e de produção, foi observado que a raiva em domésticos apresentou um declínio nas últimas duas décadas, enquanto que nos animais de produção houve progressão dos casos. Durante o período avaliado, a raiva nos animais silvestres apresentou as menores taxas de positividade. Os quirópteros foram os animais silvestres com maior número de casos positivos, sendo a espécie Desmodus rotundus (hematófagos) mais prevalente. Concluiu-se que houve redução da raiva humana e em animais domésticos, além do aumento nos animais de produção e silvestre aéreo nos últimos 20 anos na Amazônia Legal.